Este ano não houve novamente aumento real do salário mínimo, pelo contrário, o acréscimo foi de apenas 5,22%, enquanto a inflação medida pelo INPC, índice utilizado para a correção do salário mínimo, foi de 5,45%. Portanto, o reajuste foi menor do que a inflação do ano de 2020, uma política de arrocho que penaliza os trabalhadores ao diminuir o poder de compra dos seus salários.
Este quadro se torna ainda mais problemático ao lembrarmos que em 2020 o aumento do salário mínimo apenas corrigiu a inflação de 2019, sem aumento real. Observamos uma política de achatamento salarial por parte do governo federal e isto se reflete na baixa capacidade de consumo da população. O salário mínimo deste ano tem o menor poder de compra desde 2005, de acordo com dados do Dieese.
Se considerarmos que os preços dos alimentos, os que mais atingem os trabalhadores, aumentaram 14%, o quadro se torna ainda mais dramático, o que qualquer pessoa percebe indo ao mercado e vendo como o mesmo salário não consegue mais comprar os mesmos produtos de antes. Esta política salarial, portanto, está aumentando a exploração sobre os trabalhadores, aprofundando a crise econômica que o país vive e ampliando a concentração de capital às custas dos salários da classe trabalhadora.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA e Graduando em Biblioteconomia pela USP.