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Ministro Ernesto Araujo, fora do governo

Carlos Alberto França terá missão de tirar pasta do caos

Nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, já avisou que não mais ficará na equipe de Bolsonaro e pedirá demissão diretamente ao presidente.

A saída do ministro foi antecipada pelo auxiliar do presidente, após mais uma vez entrar em atrito com membros do Senado, depois de tomar decisão equivocada e fazer ataques no último final de semana, agora sendo o alvo a Senadora Kátia Abreu, do PP-TO.

Ao sair do Ministério, Ernesto deixa um legado de discórdia e erros jamais vistos na pasta que está caótica, criando situação de rebelião entre os mais de 300 diplomatas brasileiros desde sua posse e denegrindo diversas tradições diplomáticas no período.

Fora isso, criou incidentes para ajudar o próprio presidente Bolsonaro, que colocaram em risco alianças duradouras com países historicamente alinhados comercialmente com o Brasil, dentre eles a China, principal fornecedor de IFA para o país, para a fabricação da Coronavac.

Com sua filosofia de ultradireita se alinhou ao governo Donald Trump numa desastrosa empreitada, que poderia – caso não mudasse a política americana – causar ao Brasil um colapso em seu comércio exterior.

A política adota por Ernesto a pedido de Jair Bolsonaro levou os grandes investidores a se afastarem do país e do governo, devido a aproximação com Trump e o distanciamento com os direitos humanos. Tudo o que foi conseguido com a política exterior, nos últimos 20 anos, o agora ex-ministro jogou no lixo, a troco de algumas promessas que jamais foram cumpridas pelo governo americano que se encerrou com a vitória de Biden.

Nem quando ouviu que o Brasil era um pária do governo americano, defendeu sua pátria. Os brasileiros não mereceram o que Ernesto Araújo, amigo pessoal de Jair Bolsonaro e sua família, fez em pouco mais de dois anos.

Difícil será recuperar a credibilidade com o próximo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, que já vem com a pecha de ser bem próximo ao presidente e terá a “missão” de pagar as contas deixadas por seu antecessor, bem como, apagar o período obscuro deixado por Ernesto.

*Matéria corrigida às 19h00 de 29 de Março de 2021.

Samuel Oliveira: Jornalista e conta o que de melhor (ou pior) acontece nos bastidores da política da região do ABC.

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