Considerada por muitos como uma das maiores entidades do futebol amador do país e que congrega entre seus clubes filiados a expressiva marca de mais de 300 agremiações esportivas praticantes do futebol na cidade de Mauá, a Liga Mauaense de Futebol é a responsável pela organização desse esporte no município. E dentre seus mais de três centenas de times filiados, alguns tradicionais, outros mais recentes, saudamos a trajetória do simpático Coritiba Futebol Clube.
Mesmo tendo completado apenas 19 anos de existência (fundado em 05 de maio de 2002), o clube cuja sede fica nos altos do Jardim Zaíra (Rua Deise nº 1559) tem algumas curiosidades que merecem registro, além, claro, de suas principais passagens pelos campos de futebol da cidade na construção de sua curta, porém heroica história. Como surgiu, porque Coritiba, quem fundou e outras resenhas curiosas são traços característicos desse time fundado por migrantes vindos do sul. Do sul da Bahia.
O time da família Soares, de panela a Coritiba
Assim como verificado em alguns clubes varzeanos locais, a ideia da formação de um time de futebol para o lazer e recreação, a diversão dos finais de semana partia de pessoas ligadas muitas vezes a uma mesma família, somando-se posteriormente amigos e agregados. Assim também surgiu o Coritiba, inicialmente denominado com uma nomenclatura, no mínimo, inusitada: Panela.
Num determinado encontro entre seus membros, surgiu a ideia do time; eram tios, sobrinhos, irmãos, cunhados antes separados e jogando por diversos times diferentes até que um deles (o Silmar Mamau) propõe a formação de uma ‘panela’ de jogadores da mesma família para jogar futebol. Estava formado o Panela, depois Coritiba.
Mamau foi o primeiro presidente do clube, seguido por Jordão, Juvenal e Tota; o atual presidente é Marco Antonio.
A escolha definitiva do nome ocorreu quando da filiação do time à LMF (Liga Mauaense de Futebol) em 2002. Para isso, os membros da panela da família Soares resolveram homenagear praticamente o único clube sem homônimo na cidade: Coritiba. Outra razão justificada é que como já havia um ‘Paraná’ na cidade, resolveram por Coritiba por ser rival daquele clube, pela ‘originalidade’ e pela beleza de suas cores preto, verde e branco. Seu grupo de fundadores era composto majoritariamente de migrantes vindos do estado da Bahia, não havendo curiosamente entre eles um único paranaense sequer.
Dezenove anos de lutas e desafios
As dificuldades para manter um time de futebol sempre permeiam os mesmos problemas: falta de campo, de uniforme, de dinheiro, de tudo que é básico para colocar um time num campeonato, amistoso ou qualquer outra competição. No caso do Coritiba, eles usaram durante os primeiros jogos uniforme (também verde) cedido pelo São João FC, além do campo do ‘Vovô’, onde realizaram suas primeiras partidas.
O primeiro campeonato oficial do Coritiba mauaense foi a 3ª Divisão B (atual Série Bronze) de 2003, quando perdeu o acesso para o Reigram. A primeira conquista veio em 2005, com o título da 3ª Divisão B após empate de 2×2 com o Boa Vista e vitória nos pênaltis. Após algumas temporadas nas divisões de acesso, voltou para a Série Bronze, onde se encontra atualmente.
Apesar de sempre frequentar as divisões inferiores do futebol de Mauá, o Coritiba sobrevive de seus sonhos e da disposição de seus diretores, torcedores e da comunidade que os apoia. Para além do que fora outrora uma ‘panela’ de família, o Coritiba hoje representa uma significativa massa torcedora, mantendo vivo as tradições advindas da época que o time era apenas um grupo de parentes reunidos numa tarde qualquer para falar sobre a formação de um time para se divertir jogando bola.