Omo-Oba traz histórias de princesas, contadas e recontadas pelo povo iorubano, e afro-brasileiro.
Kiusam, autora do texto, diz que “todas as histórias antigas, quando infinitamente recontadas, podem ser interpretadas de diferentes formas, porque, ao recontá-las, cada pessoa reforça o conhecimento de que mais necessita” e neste livro ela reforça características, que acredita, possam incentivar meninas de todos os tempos a se conscientizarem de seus potenciais.
Encontramos aqui as histórias míticas de seis princesas. Oiá, que tinha como atributos a beleza, a graça, a rapidez, a genialidade, determinação, espírito guerreiro e um conhecimento que ninguém mais possuía: era capaz de se transformar em animais, dentre eles, o búfalo, aquele que ela mais gostava. Oxum, que trazia os atributos da beleza, vaidade, atrevimento, determinação também e maternidade. Iemanjá, a Rainha do Mar, exibia beleza, a maternidade, tranquilidade, equilíbrio e determinação. Olocum, menina linda, porém triste e misteriosa, tinha atributos como a introspecção, a contemplação, a timidez, a quietude e era anfíbia! Ajé Xalugá, a irmã caçula de Iemanjá, era igualmente bela, vaidosa, impetuosa, curiosa, orgulhosa, determinada, corajosa, princesa de muito poder. Oduduá, guerreira determinada, rápida, que saia em busca de tudo o que desejava.
Todas as princesas que trazem suas histórias são modelos femininos de beleza, determinação, inteligência, coragem, com potencialidades únicas, que as tornavam poderosas, por realizarem a natureza que lhes competia e caracterizava. Penso que esta fidelidade aos seus talentos e identidade é que as tornam modelos femininos de referência.
Quem escreve é Kiusam de Oliveira, paulista de Santo André. Tem Doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo. É bailarina, contadora de histórias e escritora engajada na valorização da autoimagem negra e da mulher na sociedade. É defensora da vida plena na diversi-dade.
As belas ilustrações e capa são de autoria de Josias Marinho, desenhista e arte-educador, formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Nasceu no Estado de Rondônia, em uma pequena cidade à margem do Rio Guaporé, chamada Real Forte Príncipe da Beira.