Mesmo em se tratando de uma pauta que muitos podem considerar como ‘conversa de botequim’, é necessário sempre rememorar os grandes jogos da história, aqueles que marcaram época na cidade, ‘matches’ atemporais e que, ainda hoje norteiam os intermináveis debates entre um gol (e um gole) nos botequins, campos e sedes das mais de uma centena de times existentes na cidade de Mauá? Não se trata, sabemos, de tarefa das mais fáceis.
Os critérios sempre obedecerão à perspectivas subjetivas, ficando para cada sujeito aqueles que lhe são mais aceitáveis: pioneirismo, curiosidade, beleza de um gol ou de um lance, os clubes, caráter do jogo, enfim, o motivo que lhe melhor convier para determinar a importância dessa partida. São muitos os jogos, os motivos e os critérios.
Campeão com dois anos de atraso e gol decisivo marcado pelo técnico
Sem dúvidas, um desses jogos marcantes ocorreu em 23 de janeiro de 1983, no campo do Cerâmica. Mas antes da peleja decisiva, as equipes finalistas do campeonato de 1981 (CE União, GE Jardim Anchieta e Duque de Caxias) protagonizaram uma batalha jurídica e brigas intermináveis nos tribunais esportivo, paralisando o campeonato. Mais de um ano depois, as equipes entraram em acordo e resolveram jogar futebol.
Em campo, o CE união venceu ambos adversários pela contagem mínima e se sagrou campeão em 1983. De 1981. No jogo final entre União e Duque de Caxias, mais uma vez o imponderável entrou em campo e fez das suas: o gol único do campeão foi marcado pelo então técnico do Grêmio Mauaense Marrom, em cobrança de pênalti. No União, o professor era ponta direita.
Virada espetacular definiu o primeiro acesso do Grêmio Mauaense
A participação do Grêmio Mauaense na 3ª divisão de 1985 foi digna do acesso e do título conquistados. Mais experiente e na quarta participação entre os profissionais, o time estava apto a brigar por uma das vagas do acesso a então Segunda Divisão (atual Série A2) do ano seguinte.
Sem sustos nas fases iniciais, o Grêmio classificou-se para a “Fase Final Estadual”, onde seis equipes foram divididas em dois grupos de três times cada um. O grupo do Grêmio tinha Serra Negra e a Esportiva Sanjoanense, contra o qual decidiu e conquistou o título do grupo 1 e a vaga.
A partida que definiu o acesso do Grêmio para a Segunda Divisão foi disputada em 27 de dezembro de 1985, contra a Esportiva Sanjoanense. Como toda decisão, o jogo foi muito tenso, com seis jogadores expulsos numa tarde de muito sol, estádio lotado e fortes emoções. A Esportiva abriu 2×0, mas com gols de Tigrila (2x) e Giba, na parte final do jogo, o Grêmio virou para 3×2 e conquistou o tão sonhado acesso.
GE Mauaense versus Mauá FC. O clássico da igualdade
Agora com dois times profissionais, a cidade de Mauá assistiu até o presente momento a seis jogos entre as duas equipes, num clássico que denominamos como ‘da porcelana’ em alusão à força desse produto na construção da história local, inclusive no futebol. Mas poderá ser chamado também de ‘clássico da igualdade’, uma vez que são seis confrontos entre ambos times, com duas vitórias para cada lado e dois empates. Cada clube marcou cinco gols, portanto saldo zero! Mais igual e equilibrado, impossível.
O primeiro jogo foi realizado em 12 de maio de 2018, com vitória dos ‘amarelos’ por 2×0. Essa partida, além de ter sido o primeiro clássico profissional da cidade, marcou também a pioneira partida do Grêmio Mauaense como visitante jogando no estádio Pedro Benedetti. Beiço e Vinícius, de pênalti, foram os autores dos gols.
Voltando a várzea, pioneirismos e primazias, o dia 04 de agosto de 1985 testemunhou o primeiro título da nova casa do futebol mauaense, o estádio Pedro Benedetti. Por 5×3, a equipe juvenil do Vila João Jorge, o Juá venceu o Blumoon e levou o troféu de campeão para o Jardim Zaíra.