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A incoerência de um “liberal” que cedeu ao populismo

O dito “Posto Ipiranga”, que teria carta branca para instalar as políticas econômicas com viés liberal tem demonstrado que não é tão liberal assim, ou talvez tenha cedido às pressões de uma cúpula que está pensando apenas nas eleições do próximo ano. Os desencontros e trapalhadas desse governo, em especial de sua equipe econômica tem demonstrado que a falta de produtividade está trazendo ao país um ambiente completamente devastador na vida dos brasileiros, a inflação que foi o fantasma dos anos 80 e 90 está batendo à nossa porta, com índices atingindo possivelmente a marca dos dois dígitos, e de acordo com Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, o Brasil vai fechar o ano com a inflação superior à de 83% dos países do mundo.

Não bastasse a condição econômica deteriorada por falta de uma política de ajuste fiscal e reformas estruturantes que pudessem levar o país a outro patamar de desenvolvimento, nos deparamos com um dilema devastador, pessoas estão passando fome, o número de desempregados e empresas que fecharam as portas por conta da pandemia são cada vez maiores. Porém o governo não fez a lição de casa para que pudesse encontrar recursos no orçamento para dar suporte a esses desalentados com um programa de repasse de recurso emergencial. Diante de tal cenário sobrou ao “Posto Ipiranga”, se render a manobra para furar o teto de gastos, o que em tese é um crime para um liberal.

Dirão alguns defensores do bolsonarismo raíz, “Mas não tem dinheiro”, e retrucamos com uma série de desperdícios do dinheiro público que poderiam aliviar as contas públicas: incremento do fundão eleitoral, recorde de emendas parlamentares para manutenção da governabilidade junto ao “centrão”, manutenção de privilégios na reforma administrativa, bonificação de militares, recorde de gastos com cartão corporativo, gastos milionários com “motociatas”, manutenção de estatais deficitárias entre outros desperdícios. Os ajustes que hoje são renegados pelo governo fizeram parte das promessas de campanha, porém assim como a falta de lembrança de uma negação eleitoral ao “centrão” esses ajustes parecem ter ficado no esquecimento também.

Nesse momento o governo se agarra a um programa de repasse de recursos entendendo que isso garantirá sua reeleição, nada mais próximo de um populismo barato do ex-presidente Lula, que se utilizou da mesma manobra garantindo assim uma popularidade incompreensível. Uma maquiagem econômica que não se sustenta e que não será capaz de levar o país para um desenvolvimento forte e verdadeiramente transformador.

Enfim, até quando vamos dar respaldo à políticos que se utilizam de manobras que ao invés de salvar o país quer salvar apenas suas eleições.

Alan de Camargo: Empreendedor, Líder do Movimento Livres, RenovaBR e da Rede Global de Empreendedorismo em São Caetano, Colunista do Jornal Imprensa ABC, membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Caetano do Sul e membro do CID (UNESCO).

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