Considerado um dos principais polos industriais do Brasil, o município de São Bernardo vai somar investimentos diretos de mais de R$ 9 bilhões até o próximo ano, gerando até 230 mil postos de trabalho, de acordo com mapeamento desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apresentado na quinta-feira (9). As projeções englobam aportes privados (R$ 6,5 bilhões), públicos (R$ 2,2 bilhões) e parcerias (R$ 340,3 milhões).
Os investimentos são resultado de política de desburocratização na emissão de licenças, requalificação econômica e de readequação do ambiente para negócios, com transformações por toda a cidade, incluindo melhorias no sistema viário que dá acesso a importantes rodovias como a Anchieta, Imigrantes e Rodoanel. A estratégia ajudou São Bernardo a resistir à queda na produção da indústria automotiva durante a pandemia, fomentando outros setores.
Essas características, somadas a incentivos fiscais, como descontos progressivos no IPTU para empresas geradoras de emprego, resultaram na abertura de 18.214 empresas em 2020 e outras 18.665 neste ano, além de investimentos vultuosos de indústrias já instaladas na cidade, como Scania, Volkswagen, Termomecânica, Omnisys, entre outros. Um dos exemplos de empresas que apostaram em São Bernardo é a construtora São José, que adquiriu em 2020 o terreno da antiga fábrica da Ford no município. O local vai abrigar complexo de galpões com 450 mil metros quadrados de área locada.
De acordo com o secretário estadual da Fazenda e Planejamento Henrique Meirelles, a cidade de São Bernardo e o Estado como um todo, se descolam da realidade nacional.
Além dos aportes o estudo desenvolvido pela FGV estima efeitos diretos, indiretos e induzidos que vão movimentar toda a cadeia produtiva em mais de R$ 22 bilhões, gerando R$ 10,2 bilhões em renda de fornecedores, R$ 5,6 bilhões em tributos e resultando na geração de cerca de 230 mil empregos, sendo mais de 46 mil na construção civil.