Ao final de 2021, podemos observar que as manifestações pelo Fora Bolsonaro cumpriram um papel importante, elas foram demonstrações vigorosas de importantes setores da sociedade brasileira contra a política liberal genocida de Paulo Guedes e a condução desastrosa da pandemia por Bolsonaro.
Apesar de não conseguirem cumprir a sua proposta imediata de realizar o Impeachment do presidente, os atos de 2021 conseguiram aprofundar a organização de setores populares e colocar o debate político em outro nível ao trazer o povo novamente para a cena. Diferente de outros momentos, há um saldo positivo para a organização popular e ficou mais claro quais setores lutavam pela queda do presidente e quais levavam a pressão popular em banho-maria.
2021 se encerra e se impõe no horizonte do debate político o tema das eleições, as discussões circulam entre a organização das forças partidárias, possíveis relações, alianças e assim por diante.
Independente dos debates eleitorais se aproximarem, uma questão deve ficar clara, não podemos imaginar que apenas através de uma eleição o projeto protofascista (uma força política que vai além da família Bolsonaro) acabará derrotado. Será necessário durante esse ano eleitoral uma ampla vigília das forças populares, um grande movimento de massas, para eliminar o bolsonarismo. Importante lembrar: não existe nada mais parecido com um fascista do que um burguês liberal assustado.
Outra questão relevante é que para essa organização popular ser efetiva, será necessária clareza política para a classe trabalhadora e movimentos que nublam as fronteiras entre as posições de classe e políticas confundem as forças do povo. Conciliar com setores burgueses além de atrapalhar esta operação, abre as perspectivas para um rearranjo das forças fascistas, pois se for mantido o atual cenário de gerenciamento da ordem, mantida as contra-reformas trabalhistas, do teto de gastos e etc, não haverá possibilidade de desenvolvimento.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA
Graduando em Biblioteconomia pela USP