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A indefensável discussão sobre o Nazismo

Nos últimos dias a discussão sobre a participação dos Deputados Kim Kataguiri e Tábata Amaral no Flow Podcast comandado por Bruno Monteiro Aiub (Monark) e Igor Coelho tomou conta das manchetes dos principais veículos de comunicação e das redes sociais.

O episódio tinha como pano de fundo o Nazismo, ideologia política que se espalhou essencialmente pela Alemanha sob o comando de Adolf Hitler após a Primeira Guerra Mundial e teve marcos terríveis na história: o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial. O Nazismo durou de 1933 a 1945 por meio do Terceiro Império – ou Reich. O regime autoritário que tinha como característica a censura das mídias e produções artísticas e através desses meios buscava impulsionar a imagem do regime através da exposição de seu líder, Adolf Hitler. Esse regime autoritário teve o respaldo das forças militares e do serviço secreto Alemão, Gestapo.

O Nazismo foi responsável pelo assassinato de mais de 6 milhões de pessoas, em sua grande maioria Judeus que eram perseguidos por questões religiosas. Foram vítimas desse regime adultos, crianças, ciganos, homossexuais, prisioneiros de guerras soviéticos, deficientes físicos e mentais.

Uma das mais terríveis atrocidades de nossa história e que não pode ser tratada como algo banal.

Na participação do Flow Podcast, o apresentador Monark trás para a discussão a ideia de ressurgir o partido Nazista, baseado em seu conceito libertário. Esta ideia foi acompanhada, em parte, pelo Deputado Kim Kataguiri. Fato é que tanto Monark como Kim cometeram um erro gigante, pois não existe espaço para algo que nada tem a ver com conceitos políticos ideológicos.

Nazismo é projeto de extermínio de parte da população, portanto não cabe imaginar ser aceitável seu retorno.

Porém o erro dos dois não deve classificá-los como Nazistas ou defensores do Regime Nazista. Os dois se colocaram contrários ao Nazismo, trazendo para o debate as inúmeras atrocidades causadas pelo regime. O erro, na minha visão, está em oferecer a esse projeto de extermínio, espaço democrático de participação política.

Diante do ocorrido os dois, Kim e Monark, assumiram seus erros através de vídeos que citam pedidos de desculpas, em especial a comunidade Judaica. O que me preocupa nesse fato todo, é que parte da imprensa e da população, passou a classificar principalmente o Deputado Kim Kataguiri como defensor do regime Nazista, quando de fato ele não faz nenhuma defesa ao regime. Outros aproveitadores do ocorrido são os deputados que estão se organizando para formalizar a cassação do mandato do Kim Kataguiri, encabeçado por uma das figuras mais deploráveis da nossa política, o Senador Renan Calheiros que acompanhado por inúmeros deputados do PT e outros tantos Bolsonaristas sempre se unem em pautas de interesses próprios. E por fim, o ilustre Procurador-Geral da República, o senhor Augusto Aras, que se utiliza do Estado para perseguir o Deputado Kim Kataguiri, provavelmente a mando de seu “chefe”, o presidente da república, desafeto confesso do deputado. Esse jogo político é sujo, suas articulações são descabidas o que só reforça a falência de um Estado que preserva os interesses daqueles que estão no poder. Augusto Aras teve inúmeras oportunidades legítimas com evidências claras de crime para propor ações contra o seu “chefe”, o Presidente da República, porém a falácia “A lei é para todos”, não passa de um simbolismo guardado na cabeça de pouquíssimos brasileiros que talvez não se depararam com a realidade do nosso país.

Dessa forma fica o questionamento: será que vivemos em uma democracia plena? Ou a democracia só é plena quando andam em sinergia com os interesses dos poderosos?

Alan de Camargo: Empreendedor, Líder do Movimento Livres, RenovaBR e da Rede Global de Empreendedorismo em São Caetano, Colunista do Jornal Imprensa ABC, membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Caetano do Sul e membro do CID (UNESCO).

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