Todos os sinais indicam que Lula tem plena capacidade de ganhar a eleição de 2022. O que lhe daria uma ampla capacidade de movimentação para propor um programa mais “audacioso”. Porém, Lula prefere seguir o caminho oposto.
Colocar Alckmin na chapa presidencial, personagem que não agrega praticamente votos (pelo contrário), mostra a preocupação do ex-presidente em sinalizar para a classe dominante a disposição em aceitar parte do seu programa. Mais do que um movimento eleitoral é uma sinalização programática para a burguesia, a “carta aos brasileiros” em 2022.
Além de ceder aos interesses da elite brasileira, Lula arrisca de vivermos um outro golpe, como o de Temer, uma reedição de 2016.
Porém, mais perigoso ainda, é abrir a possibilidade para um compromisso de gestão da ordem liberal criada com as contra-reformas, o que cedo ou tarde levará ao derretimento de qualquer novo governo, pois não há como termos crescimento e desenvolvimento com este cenário catastrófico.
O caminho da conciliação e da despolitização já cobraram um preço alto, desse caldo infernal surgiu Bolsonaro, trilhar novamente o mesmo caminho, esperando um resultado diferente, parece loucura.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA
Graduando em Biblioteconomia pela USP