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As cicatrizes de uma guerra

Parece que o mundo não cansa de apresentar ditadores tiranos capazes das mais absurdas atrocidades, desrespeitando a democracia e a liberdade. Estamos assistindo a mais um capítulo triste da história escrito por Vladimir Putin, presidente da Rússia que estipulou uma agressão indefensável contra a Ucrânia.

Esta guerra já provoca mortes, destruições, separações de famílias que buscam a sua sobrevivência, além de outras inúmeras consequências que serão irreparáveis, trazendo sofrimento não só ao povo ucraniano mas a toda comunidade mundial. Essa provavelmente, será a guerra mais filmada de toda história e talvez sirva para demonstrar o tamanho do horror que se passa nas cidades, transformadas em campos de combate.

Diante de tamanha atrocidade assistimos perplexos demonstrações de uma alienação sem precedentes por aqui. Se por um lado a bancada do PT no Senado emite uma nota relativizando a invasão da Ucrânia pela Rússia, condenando uma suposta política de agressões de longo prazo dos EUA contra a Rússia, de outro lado assistimos a declaração do presidente em uma live desconsiderando a fala do vice-presidente Hamilton Mourão que criminaliza a invasão russa. Ao invés de reforçar um discurso de repreensão contra a guerra, o presidente passa o pano para um ditador que não merece nenhuma solidariedade.

Essa guerra nos trará consequências econômicas de grande impacto. Sentiremos em breve nas bombas de combustíveis um valor ainda mais absurdo, o barril do petróleo ultrapassou os 100 dólares e esse aumento refletirá em nossos bolsos, não apenas para encher os tanques de nossos carros, mas impactará uma cadeia produtiva gigantesca. Nossa relação com a Rússia e as possíveis sanções que serão impostas através dos países do ocidente trará dificuldades para a nossa agricultura, somos um dos principais consumidores de fertilizantes do mundo sendo que 85% do que usamos é importado.

Contudo fica claro que a visita do presidente Bolsonaro à Rússia momentos antes de uma guerra que já estava declarada não trará nenhum resultado positivo, muito pelo contrário, reforça a imagem de um Brasil decadente que não tem posições claras a favor da democracia e nos coloca frente às demais nações do mundo como um paria, um país sem credibilidade, moral, política e humanitária.

Nos resta demonstrar toda nossa solidariedade ao povo ucraniano torcendo para que tenham força para superar esse tempo de guerra, cicatrizando as feridas que serão estampadas em sua pele e principalmente na sua alma, forjada por um tirano que não merece nenhuma compaixão.

Alan de Camargo: Empreendedor, Líder do Movimento Livres, RenovaBR e da Rede Global de Empreendedorismo em São Caetano, Colunista do Jornal Imprensa ABC, membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Caetano do Sul e membro do CID (UNESCO).

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