Em diversas escolas da rede municipal de São Caetano do Sul, o alarme que sinaliza as horas de entrada e saída e os intervalos das aulas foi substituído por um sinal musical. Em vez de sirene, o que toca agora nos alto-falantes dessas escolas são músicas instrumentais, canções infantis ou grandes nomes da música popular brasileira e internacional, dependendo da escolha das equipes gestoras e da comunidade escolar.
Criar um clima mais agradável no ambiente escolar e aproveitar esses momentos para ampliar a formação cultural e musical dos alunos são os objetivos da iniciativa. “Mudamos a música a cada semana e apresentamos aos alunos uma pequena biografia do artista, bem como a letra da música”, conta Sônia Regina Rodrigues Garcia, diretora da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) 28 de Julho. As informações ficam no Mural da Música, caprichosamente elaborado pelos professores da escola
Na EMEFM (Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio) Arquiteto Oscar Niemeyer, o sinal musical traz músicas de séries e filmes: “um minuto e trinta segundos a cada início e término de aulas”, diz o diretor Edgar Casado. Na EMEF Ângelo Raphael Pellegrino, a equipe gestora escolhe músicas para marcar ocasiões especiais. “Na semana do Dia Mundial da Água, a música tocada foi ´Planeta Água´, do Guilherme Arantes”, exemplifica a diretora Alessandra de Siqueira. Nos demais dias, são os próprios alunos que escolhem o repertório. As sugestões chegam por intermédio dos alunos representantes de classes e são avaliadas pela equipe gestora, que tem o cuidado de evitar letras de conteúdo desrespeitoso ou impróprio para a idade.
Na EMEF Elvira Paolilo Braido, o toque musical já existe há 6 anos: três minutos de música na entrada e na saída e 30 segundos nas trocas de aula. “No momento, as crianças estão ouvindo Toquinho, artista que estão pesquisando ao longo do mês”, diz a diretora Kátia Cristina Bassi da Cruz. Já na EMEF Padre Luiz Capra, a iniciativa foi adotada quando a escola voltou às aulas presenciais depois do período de aulas remotas devido à pandemia. “Buscamos criar um ambiente mais acolhedor”, relata a diretora Adriana Auricchio.
A equipe gestora escolhe músicas infantis em suas versões instrumentais, o que causou uma certa estranheza a princípio. “As crianças achavam que essas músicas eram só para serem cantadas”, diverte-se a diretora. Agora estão sendo incentivadas pelos professores de Música a ouvir canções conhecidas de um jeito diferente.
A professora Alexandra de Jesus Auger, diretora da EMEF Laura Lopes, também prefere músicas instrumentais, de preferência as mais suaves. “A passagem de uma aula à outra não precisa ser brusca. A sirene às vezes assusta. A música ajuda a marcar o tempo de forma mais tranquila”.