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Preços disparam – Inflação verdadeira leva brasileiros ao ‘nocaute financeiro’!

O brasileiro está sofrendo um ‘nocaute’ diante à realidade inflacionária. Basta ir na feira, sacolão ou supermercados para ver. Em março, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, a cenoura acumulou inflação de 166,17% em 12 meses, o tomate 94,55%, o pimentão (80,44%), o melão (68,95%), a melancia (66,42%) e repolho (64,79%). E por aí vai.

Contudo, informação publicada recentemente como impacto da inflação oficial de março de 2017 até março de 2022, o Real perdeu 31,32% de seu valor e poder de compra. Em outras palavras, com o mesmo valor o brasileiro consegue comprar hoje apenas dois terços do que comprava na data anterior.

Analisando essa notícia acima fica a pergunta:

Será mesmo que essa inflação oficial declarada pelo Governo Federal reflete na verdadeira oscilação de preços junto aos compromissos do dia a dia da família brasileira nestes últimos 5 anos?

Certamente que a resposta é não!

Se fizermos uma simples comparação de quanto você comprava em quantidade de produtos e serviços com R$ 100,00 no início de 2017, com o que compra no início de 2022, certamente vai constatar que a perda da capacidade de compra foi de aproximadamente 80%.

Em outra comparação destes últimos 5 anos, agora junto ao mercado internacional, usando o mês de janeiro de 2017, quando o dólar valia R$ 3,14, comparado com janeiro de 2022, que valia R$ 5,30, a perda junto ao mercado internacional foi de aproximadamente 60%.

Ou seja, se uma pessoa tivesse investido nessa moeda estrangeira, hoje estaria mais rico em 60%. Mas, simples investimentos não são práticas e tão pouco uma realidade para 95% das famílias brasileiras.

Para agravar ainda mais a situação, temos os aumentos nos preços dos combustíveis, a gasolina estava em janeiro de 2017 com o valor de R$ 3,72 o litro, hoje é praticado no Brasil um preço médio de R$ 7,00, ou seja, aproximadamente 100% de aumento.

Estes aumentos provocaram repasses sucessivos em todas as áreas de consumo como alimentação, vestuário, educação, lazer, etc. Por outro lado, os aumentos salariais não tiveram elevações acumuladas superiores à 30% nesses últimos 5 anos, o que leva a um “nocaute financeiro dos brasileiros”, ou seja, a capacidade de compra está levando uma surra em relação aos aumentos.

O desafio agora é como vencer esse desnível. E para isso não se pode fugir da realidade, buscando soluções que podem ser aumentar os ganhos com rendas extras, o que não é tão simples assim, ou fazer uma grande faxina financeira e adequar a realidade a um novo padrão de vida. Nesse último caso é imprescindível envolver toda família e buscar por ação imediata.

É preciso colocar as mãos na massa, não se pode ficar apático esperando por um milagre ou uma mudança na economia que não acontecerá.

Assim é preciso que os gastos sejam reduzidos para patamares que possam estar em equilíbrio com os ganhos.

Pode parecer complexo, mas na grande maioria das famílias, os excessos e desperdícios em todos os itens de nosso dia a dia podem chegar a 30% ou até 50% de tudo que se gasta, e isso em itens essenciais como água, luz, combustível, vestuários, etc.

Outro ponto de destaque é para os investidores com dinheiro aplicado. Estes também perderam o poder aquisitivo, e seus rendimentos financeiros (juros) não estão sendo totalmente repostos frente à verdadeira inflação. Nenhuma aplicação consegue repor a perda do valor do dinheiro.

Para comprovar isso temos uma ação que o próprio Governo Federal deu, com o lançamento em 2020 da nova nota de R$ 200,00. Isso consolida de vez a perda do valor da moeda Real.

Essa situação financeira traz a certeza de que ninguém vai resolver o desequilíbrio financeiro no lugar da população, apenas as próprias pessoas, junto com seus familiares. A mudança está em uma operação de guerra, entender que o dinheiro não aceita desaforo.

Em momento de alta da inflação é preciso tomar atitudes que reduzam os impactos da perda do poder aquisitivo, trocando de marcas, mudando os locais de compras ou outras ações. Sempre existe uma forma de comprar melhor e com economia verdadeira.

As famílias podem até mesmo estarem sofrendo ‘um nocaute financeiro’, mas como um pugilista, ainda é possível levantar e reverter essa situação. Mas, isso requer muita atenção e mudança de comportamento e hábitos financeiros.

Um dos grandes antídotos e agentes motivadores para que todos os familiares se engajem nessa empreitada são os sonhos e propósitos (que devem ser individuais e coletivos). Por isso a importância da prática da educação comportamental financeira na mudança de vida.

Reinaldo Domingos é PhD em Educação Financeira

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