Objetivo é preparar as redes assistencial e de vigilância quanto aos fluxos e condutas acerca de casos suspeitos e/ou confirmados
Gestores da rede municipal de saúde participaram na última terça-feira (14) de uma capacitação virtual sobre a doença conhecida popularmente como varíola dos macacos. A atividade, promovida pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), aconteceu durante a “Sala de Situação”, reunião semanal que reúne a secretária municipal da Saúde, Dra Rejane Calixto, os técnicos da SMS e gerentes da Atenção Básica e dos serviços da Urgência e Emergência.
Na capacitação foram apresentados as principais características da doença, a situação epidemiológica no mundo e no Brasil, aspectos clínicos com sinais e sintomas, meios de transmissão e medidas de prevenção, histórico da doença no mundo, definição de caso e o que fazer após um caso suspeito, além da apresentação do fluxograma assistencial.
“Nossa equipe está em alerta para o crescimento de casos suspeitos no país e a atividade teve como objetivo preparar nossos profissionais para uma resposta oportuna. É um cenário cada vez mais desafiador, mas ter essas informações é fundamental para ter o diagnóstico correto. O material foi apresentado de uma forma muito didática para os gestores, assim eles poderão atuar como multiplicadoras e discutir com as equipes sobre as formas de atuação e manejo dos futuros casos que possam ser identificados”, afirmou a secretária de saúde, Dra Rejane Calixto.
O treinamento foi conduzido pelo médico sanitarista Dácio de Lyra Rabello Neto, do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) do município, e é fruto de um trabalho integrado entre o setor e os técnicos da Vigilância em Saúde. “Trouxemos essa apresentação com as informações que temos disponíveis até o momento, mas temos acompanhado muito de perto as discussões sobre a doença tanto no nível estadual e nacional e poderemos trazer atualizações conforme elas foram surgindo”, explicou o sanitarista.
Varíola dos macacos (ou varíola símia ou monkeypox)
A doença é caracterizada por erupções cutâneas disseminadas, febre e adenomegalia podendo apresentar dor de cabeça, dores musculares nas costas.A doença tem se espalhado pelo mundo (com 1580 casos em 32 países, principalmente europeus) e, no Brasil, já possui três casos confirmados (dois em São Paulo e um no estado do Rio Grande do Sul), além de outros nove que seguem em investigação no país. É uma doença que já era conhecida, mas raramente circulou fora do continente africano. Na África é causada por duas variantes do vírus, e as informações atuais é de que a que circula no atual surto é de baixa letalidade.
Segundo definição do Ministério da Saúde, a doença é causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material corporal humano contendo o vírus.
A transmissão pode ocorrer por gotículas respiratórias, fluidos corporais, secreções das lesões e crosta, fômites, mas de acordo com a OMS também pode ocorrer por meio de materiais contaminados como roupas e lençóis. O período de incubação do vírus é geralmente de 6 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias.
Apesar do nome, é importante destacar que os primatas não humanos não são reservatórios do vírus da varíola. Os mais conhecidos são pequenos roedores (p. ex., esquilos) nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central. O vírus é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, normalmente relacionadas a viagens para áreas onde a doença é endêmica.
Mais informações em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svs/resposta-a-emergencias/sala-de-situacao-de-saude/sala-de-situacao-de-monkeypox