Plataforma de conteúdo sobre protocolo de atendimento pré-hospitalar vai atualizar conhecimentos e auxiliar em treinamentos práticos
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Diadema retomou, neste ano, os treinamentos práticos do Núcleo de Educação Permanente para qualificar e proporcionar educação permanente às equipes de socorro. O Núcleo visa manter a equipe preparada para atuar nas mais diversas ocorrências, sejam elas rotineiras, como traumas diversos, ou raras como parada cardiorrespiratória em recém-nascido.
Para isso, em setembro, foi implantada uma plataforma de conteúdo sobre protocolos de atendimento pré-hospitalar, inicialmente voltada para profissionais da intervenção como condutores socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos e que será estendida também para operadores de frota, técnico auxiliar de regulação médica (TARM) e médicos reguladores. “Os conteúdos serão incluídos e atualizados no decorrer do tempo, o que vai agilizar os processos de treinamentos. Se o profissional já teve a aula teórica, deslocamos a equipe apenas para fazer um cenário de simulação realística, o treinamento prático. Isso agiliza também a rotina do serviço”, explicou o enfermeiro e coordenador do Núcleo, Robson de Araújo.
O SAMU Diadema recebe, em média, 47 chamadas diárias. Para atender a população, o serviço conta com 12 veículos, sendo 10 de Suporte Básico e duas de Suporte Avançado, além de ambulâncias para reserva técnica. Ao receber o chamado, a ocorrência é direcionada ao médico regulador, que classifica a situação por risco (do mais ao menos urgente) e, caso necessário, direciona qual ambulância deve ser enviada. Após a chegada da equipe, também orienta a conduta dos profissionais com instruções do que deve ser feito ou a transferência para um serviço de saúde.
Reconhecimento
No serviço de urgência, a qualificação técnica e a empatia são diferenciais no atendimento. Prova disso é o agradecimento de João Romualdo à equipe que o socorreu em maio de 2021. À época, o morador da região central passou por uma cirurgia odontológica e teve o rompimento de uma artéria no céu da boca. O sangramento foi estancado e ele retornou para casa. Entretanto, uma semana depois, teve um novo sangramento. “Estava na feira e tive que parar várias vezes no caminho até chegar em casa. Meu filho chamou o SAMU e, quando chegou no Hospital Piraporinha fui bem atendido. A equipe médica conseguiu ir no ponto certo e estancar o sangue”, relembra.
“Eu senti perto da morte, não vou esquecer nunca. Na hora em que eu estava desesperado, eu senti que veio uma mão perto de mim, a enfermeira se preocupou em dar a mão pra mim. Eu não estava sozinho. Vi a preocupação de toda a equipe, até do motorista falou que iria mais rápido”, ressaltou. A mão acolhedora foi da enfermeira Maria Solange Burin Guaraldo. “Na hora, eu falei para ele ‘Já deu certo’. Segurava a mão dele com uma mão e a outra estava na boca dele”. O condutor Ernesto Francisco da Silva também completou a equipe do SAMU que socorreu João. Já no Hospital Municipal de Diadema, o quadro médico que atendeu foi composto pelo Dr. Joseph Kunihiro e Dra. Cristina Chang.
Dois dias depois do ocorrido, ele foi levar bombons à equipe que o atendeu como agradecimento, o que repetiu um ano depois. “A equipe do SAMU é muito boa em Diadema. Aquele dia eu vi que quem entra nessa área entra por amor, percebi o carinho e a boa vontade da equipe. Tenho certeza que vocês estão muito capacitados pra resolver. Eu só tenho a agradecer porque aquilo poderia me gerar vários problemas. O atendimento chegou na hora certa e, no hospital, também foi tudo perfeito. Eu posso comemorar o aniversário em outra data”. O agradecimento também foi registrado na Ouvidoria da Saúde, pela ouvidora Jéssica Oliveira dos Santos.
Segundo Dr Carlos Lins, médico que atendeu a ocorrência, o caso foi considerado grave. “Ele sangrou muito, podia entrar em choque. Se não parasse o sangramento, teria que subir para o centro cirúrgico pra tomar sangue”, explicou. “O maior presente é ver seu bem. Nada paga você estar aqui”, agradeceu o médico que está a 19 anos no SAMU Diadema. “Eu gosto do que eu faço. Estamos aqui pra isso”, finalizou.