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Eleições 2022 – II

Terminaram as eleições e temos um novo presidente eleito: Luiz Inácio Lula da Silva. O quadro da disputa política está mais claro, porém os bolsonaristas seguem sem aceitar sua derrota eleitoral e a esbravejar suas intenções rasteiras pelo país, pedindo “intervenção federal ou militar”.

Bolsonaro mantém um discurso ambíguo, tentando deixar uma brecha para o crescimento das manifestações golpistas, a fim de possuir um instrumento de pressão em uma possível virada de mesa. Ao mesmo tempo busca retirar seus apoiadores das rodovias, com o objetivo de não causar mais transtornos ao grande capital e conseguir melhores termos para sua família, em um possível acordo que vai se costurando na cúpula do poder em Brasília.

O bolsonarismo mostra seu enraizamento e que continuará a ser um movimento político presente na luta política brasileira, pressionando o novo governo. Diferente do que alguns imaginam, não será apenas com o isolamento no congresso e seu distanciamento do centro do poder que ele irá minguar, o bolsonarismo surgiu totalmente apartado destes espaços, conectando elementos dispersos do mundo liberal, ultra reacionarismo, fascismo nacional e os esgotos das redes.

Somente com uma luta persistente, dentro das instituições, mas principalmente fora delas, nas ruas, é que será possível derrotar esta força política.

Outro aspecto essencial é garantir a condenação de todos os golpistas, pois foi a ausência em construir uma política baseada na memória histórica, em punir, os torturadores e criminosos da ditadura, que abriu a porta para o surgimento de uma figura vulgar como Bolsonaro. Não podemos permitir uma nova anistia ampla, geral e irrestrita, senão em pouco tempo, novos monstros vão sair do armário para nos assustar.

Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA e funcionário público

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