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Vivemos uma epidemia política grave

O ano de 2022 chega ao seu final deixando sinais claros de uma doença política grave, um transtorno caracterizado pela perda de contato com a realidade. Os sinais são tantos que evidenciam uma possibilidade desse transtorno se transformar em algo crônico que ficará presente na sociedade por muitos e muitos anos. Ironia a parte, essa dissociação com a realidade produz absurdos impensáveis, desde uma comparação absurda do processo eleitoral brasileiro à final da copa do mundo que consagrou a Argentina como campeã mundial, até uma “passação” de pano inexplicável dos dois lados dessa disputa insana.

Fica evidente que a política virou um Fla X Flu e que esse comportamento nos impede de desenvolver senso crítico para avaliar e cobrar dos nossos políticos um comportamento mais adequado. Enquanto nos enfrentamos em grupos de WhatsApp, em frente de quartéis e nas estradas, bolsonaristas e petistas promovem acordos e votam juntos as pautas que buscam preservar o “status quo”. Basicamente a sociedade enfraquece com esse comportamento, perdemos a capacidade de fazer pressão nas autoridades pois as manifestações encontrarão um contraponto, mesmo que parte da sociedade se pegue defendendo o indefensável, porque mais importante que a coerência estará a necessidade de proteger cada um o seu lado dessa disputa.

Devemos preservar as discussões ideológicas, trazer esse debate para um patamar saudável, discutir pautas que possam aguçar a reflexão de cidadãos preocupados com a evolução política. Mas essa discussão deve se estruturar em dados, evidências, experiências anteriores e até mesmo uma pitada de palpite, mas que seja feita de forma livre e responsável sempre respeitando as opiniões divergentes.

Você já imaginou uma sociedade com esse tipo de comportamento? -É para fazer muito político ter pesadelos…

2023 começa com o Brasil sob um novo comando, mais do que torcer por um governo eficiente, já que com os sinais já deixados até agora apontam para outra direção, eu desejo uma sociedade mais madura, disposta a escutar, afim de pensar no bem do país e não de um político ou outro. Diferente de um grande economista que respeito muito, eu não tenho medo desse governo, nem de nenhum outro, meu medo de fato é que essa doença nos deixe incapazes de viver em uma sociedade única, amando e respeitando todos aqueles que um dia chamamos de irmãos.

Alan de Camargo: Empreendedor, Líder do Movimento Livres, RenovaBR e da Rede Global de Empreendedorismo em São Caetano, Colunista do Jornal Imprensa ABC, membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Caetano do Sul e membro do CID (UNESCO).

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