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Haddad

Nos primeiros meses do governo Lula, o Ministro da Economia, Fernando Haddad, tem adotado uma posição questionável em relação ao debate econômico em andamento no país.

Haddad, que já afirmou gostar do liberalismo com “preocupação social”, demonstra na prática a sua defesa dos princípios da austeridade.

Haddad tem criticado constantemente o aumento do investimento público, ignorando que a dívida brasileira é, em sua maioria, em moeda nacional, o que afasta a possibilidade de falta de recursos para o seu pagamento. Ele também tem desprezado o fato de que há uma ampla capacidade ociosa em vários setores da economia, o que permite o crescimento dos gastos públicos. Ele apenas repete o mantra do mercado financeiro, que afirma que investimento público é inflação (só não entra nessa conta o gasto com pagamento de juros da dívida, isso para o chamado “mercado”, não tem problema).

No início do ano, Haddad ficou contrariado com a proposta de aumento do salário mínimo de R$1.302 para R$1.320, que ocorrerá em maio. Até o momento, ele não tem discutido com vigor a retomada do crescimento econômico e a criação de empregos, limitando-se a discutir pelos corredores de Brasília o “novo arcabouço fiscal”.

Enquanto isso, Lula adota uma abordagem oposta e acertada, discutindo temas centrais como a retomada do investimento, do crescimento, a criação de novos empregos e a redução da taxa de juros. No entanto, há um claro descompasso entre o discurso de Lula e a atuação do Ministro da Fazenda.

Isso levanta a questão de quem determina o caminho do debate econômico no governo. O “morde e assopra” pode rapidamente se esgotar, e se não houver uma melhora rápida e perceptível para os trabalhadores, a ameaça fascista pode voltar a ganhar espaço para se articular.

Max Marianek
Graduado em História e funcionário público

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