Os gastos com presentes neste Dia dos Namorados serão menores no Grande ABC, refletindo em queda na movimentação financeira em geral. Isso se deve sobretudo à substituição das lembranças.
A compra de presentes para o próximo 12 de junho deve girar R$ 67 milhões nos sete municípios, representando declínio de pouco menos de 3% em relação ao ano passado. Quando descontada a inflação de 4,18% nos 12 meses anteriores até abril, o giro financeiro deverá ser 6,5% abaixo do ano passado, segundo Pesquisa de Intenção de Compras (PIC) da Universidade Metodista de São Paulo.
O preço médio que consumidores da região estão dispostos a desembolsar por presente é de R$ 223. Comparado com os R$ 208 registrados no ano passado, houve aumento nominal de 6,8%. Considerada a inflação de 12 meses acumulada até abril, o preço médio real aumentou apenas cerca de 2,5%.
Já em relação aos gastos planejados (restaurantes, passeios, presentes etc) para a data, os entrevistados pretendem desembolsar R$ 256. Em comparação com 2022, quando o gasto planejado foi de R$ 270,3, registra-se queda nominal de 5,1%. Considerando a inflação até abril, houve queda real de aproximadamente 8,5%.
Parcela das compras deverá ser realizada via internet, o que não necessariamente provocará acréscimo de recursos movimentados no comércio no Grande ABC. As compras on-line devem chegar a 40% das expectativas com movimentação de compras.
Também a troca de itens influencia no total geral menor. Os vestuários continuam à frente dentre as lembranças mais procuradas (38,5%), porém mais de 20 pontos percentuais abaixo de 2022. Perfumes e cosméticos (18%) ampliaram cerca de 6 pontos percentuais na preferência do consumidor. Tanto os preços médios dos vestuários como dos cosméticos tiveram elevação maior que a média da inflação no último ano.
Especialmente os vestuários subiram 15,64% na Região Metropolitana nos 12 meses encerrados em abril, segundo o IPCA. Isso pode ter influenciado parte da substituição. Por exemplo, cestas de café da manhã (7,4%) e flores (5,7%) ampliaram a participação como presentes preferidos.
Namoradas com menos presentes
“Apesar do desempenho acima do esperado da economia brasileira no primeiro trimestre, com crescimento do PIB de 1,9%, a lenta retomada da renda média do trabalho, a ampliação do endividamento da população e a redução do estoque de poupança ajudam a compreender a redução na disposição a gastar”, comenta professor Sandro Maskio, coordenador de Estudos do Observatório Econômico da Metodista.
Namoradas (20,1%) e esposas (10%) perderam para namorados (37,8%) e esposos (21,6%) na preferência de quem será presenteado.
Acompanhe a íntegra da 11ª PIC dos Namorados – 2023