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Inflação em queda sinaliza possível redução da taxa de juros do Banco Central

A inflação de maio surpreendeu os analistas do mercado financeiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na quarta-feira (7), fechou o mês passado em 0,23%, frente aos 0,61% apresentados em abril de 2023. Bancos e analistas financeiros previam o IPCA em 0,37%, ou seja, 0,14 ponto percentual maior do que o apresentado.

Por outro lado, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou uma boa reação com crescimento de 1,9% no primeiro trimestre, puxado pela alta da agropecuária em (21,6%) e pelos serviços (0,6%). Já a indústria apresentou uma leve baixa de (-0,1%), segundo dados do IBGE.

Para o economista e redator do Boletim de Conjuntura do Departamento de Economia Política (DEPE) da PUC-SP, Emerson Braz, a economia vem apresentando uma leve recuperação e, as previsões para o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (BC-Br) são animadoras. “A política monetária contracionista do Banco Central, na manutenção da elevada taxa básica de juros em 13,75% abre mão de boa parte do crescimento econômico disponível. Dosar a mão agora seria a melhor das opções”, concluiu o economista.

Bruno Castro, administrador pela Fundação Instituto de Administração (FIA|USP) e professor de gestão do Centro Paula Souza, corrobora com a opinião do economista. O professor acredita que a redução da taxa básica de juros (SELIC) deve ser feita gradativamente.

“A queda da inflação pode ser atribuída pelo bom desempenho do setor agrícola que teve uma safra relevante no primeiro trimestre de 2023, assim como as ações do Governo Lula em alterar a política de preços da Petrobras, que impactaram na redução dos preços dos combustíveis e no gás de cozinha e, consequentemente na redução da estrutura de custos da cadeia produtiva. A queda do IPCA é uma evidência clara para a redução da taxa de juros do Banco Central. Mas, essa redução precisa ser realizada gradativamente, observando como mercado reage a cada alteração”, afirma o professor.

“A tendência de baixa inflação e o aumento da massa salarial proporcionou um aumento no poder de compra. Embora a situação seja favorável, houve um aumento modesto de 0,2% no consumo das famílias no primeiro trimestre de 2023. Os juros altos e o endividamento das famílias impediram que o avanço fosse maior. Para o nível de endividamento, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita ter encontrado a solução, após lançar o programa de renegociação de dívidas. As ações do Governo Lula têm sinalizado prioridade na retomada do crescimento econômico, caberá o Banco Central rever suas previsões da taxa SELIC, após o resultado do IPCA apresentado. Assim que os juros baixarem, a indústria voltará a investir e a produzir, o comércio a vender, as famílias a consumir e o Governo arrecadar e, assim, o PIB voltará crescer em todos seus aspectos. Estou otimista, acho que estamos saindo da parte de baixo do ciclo econômico, galgando ascensão”, concluiu o professor.

Bruno Castro, Administrador pela FIA-USP e professor de gestão do Centro Paula Souza.

Emerson Braz, Economista pela PUC SP, escritor do Boletim de Conjuntura do Departamento de Economia Política da PUC-SP e do livro “Reindustrialização: para o desenvolvimento brasileiro”.

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