Companheiro não tem cor, raça, sexo, credo, nacionalidade, grau de parentesco ou amizade, tudo isto é irrelevante. Ele chega nas horas mais difíceis e não abandona. Dá ao outro o que precisa, pode ser dinheiro, aconchego, uma palavra de conforto, um conselho, tudo na medida do seu possível, pois não pretende ser um herói de história em quadrinhos, apenas quer estar junto. Seu senso de compaixão é mais desenvolvido que sua vaidade.
Não tem perfil muito claro, às vezes pode ser confundido com o “puxa saco”, mas é engano, porque quando as coisas ficam difíceis mesmo, o “puxa saco” é o primeiro a largar a cena do problema, mas o companheiro não, este não sai de perto enquanto for necessário.
Nos dias de hoje, em que vivemos a disseminação de valores pobres em conteúdo e verdade, muitas vezes desacreditamos que tenhamos ajuda numa hora de dificuldade. O culto à autonomia fundamentada no poder dá a falsa impressão de que não precisamos de ninguém, afastando-nos uns dos outros. Por sorte, há quem não acredite nesta ilusão, o companheiro simplesmente apoia e sente-se feliz por isso, pois sabe dentro de seu coração, o valor de uma mão estendida numa hora de dor, medo ou desânimo. Não se deixa vencer pela mediocridade do egoísmo e pobreza ética.
Ele também pode esmorecer em algum momento, e precisar de um companheiro, nem que seja um, mesmo porque, isto não faz a mínima diferença, quando se tem um companheiro de verdade!