Sim, é isso, não me elogie, agradeço.
Nem me conhece direito e já diz que me admira! Por que?
Tenho algumas desconfianças, só algumas, quando há um exagero nos elogios, uma constância, fico pensando, por que? Nem sou tão incrível assim! Por que a insistência?
Não me refiro a uma manifestação pura, de admiração, às vezes constrangedora pelo excesso, mas sincera. Ressalto o exagerado que inspira desconfiança, isso mesmo, desconfiança! Tem uma expressão um tanto quanto ansiosa, artificial, que dá pra sentir que algo existe a mais, que vai além do elogio. E o que é?
Bajulação! E pra que? Manipulação!
Isso, manipulação! E funciona assim: “vejo em você algo que me interessa, que pode me servir e pra ganhar o que percebo vou te amaciando, chamando atenções sobre mim, dando-lhe a falsa impressão que te admiro e por razões magníficas, porque você é SENSACIONAL, e não há igual; só você seria capaz de tal maravilha!”
Entendeu? Se o objeto do desejo for você, logo será atraído, usado e jogado fora depois. Simples assim. E de um modo muito eficaz, nutrindo sua vaidade e se você morder a isca, já era! Será conduzido e extorquido, bem debaixo do seu nariz! Sem que perceba, pois, a vaidade cega. E quando voltar à razão já terá sido manipulado ao bel prazer do elogiador ou melhor, bajulador.
Entendeu? Por isso, não me elogie, vou desconfiar! Deixe-me quieta na minha toada do autoaprimoramento e se sentir gratidão pelo que fiz, diga-me, vou gostar saber que fui alguém que somou positivamente na sua vida, mas não me cegue pela vaidade, isso pode me estacionar e é o que não quero!