Somente em 2023 foram captados e doados três corações, dois deles no último mês de outubro
O Hospital Estadual Mário Covas, em parceria entre o Governo do Estado de São Paulo e a Fundação do ABC, vem se destacando progressivamente na área de doação de órgãos. Este avanço é evidenciado pela recente captação de três corações, dois dos quais foram obtidos apenas em outubro deste ano – um marco considerável, visto que o último coração captado pela unidade para transplante foi em 2020.
Esses resultados são fruto de uma colaboração efetiva com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Instituto Dante Pazzanese, sob a orientação da enfermeira da Comissão Intra-hospitalar de Órgãos e Tecidos do HEMC, Simone Contardi Barros. A unidade também implantou visitas médicas em dois turnos, agilizando o processo de diagnóstico de morte encefálica, o que é fundamental na captação de órgãos.
“A conscientização em acolher as famílias, explicar todo o processo a ser realizado, bem como manter o potencial doador viável nos trouxe através de números a evidência de vidas salvas. Destacamos o papel essencial da equipe de enfermagem neste processo, que se empenha constantemente para que os objetivos sejam alcançados”, acrescenta Simone Contardi Barros.
O HEMC conta com equipe bem estruturada e altamente qualificada, focada na rápida identificação de pacientes em potencial morte encefálica, garantindo cuidados adequados e minimizando o sofrimento dos familiares.
“O envolvimento e a compreensão das equipes sobre a importância da captação de órgãos são cruciais. A interação da CIHDOTT com os procedimentos de morte encefálica e a presença diária nas emergências e UTIs têm sido fundamentais para o sucesso das captações”, informa Barros.
A unidade segue rigorosamente a Resolução 2.173/2017, mantendo a viabilidade dos órgãos após o consentimento familiar e lutando contra o tempo para a captação e transplante seguros. Além disso, realiza conscientização contínua sobre a importância do diálogo familiar em relação à doação de órgãos.
“A cirurgia para retirada dos órgãos funciona da mesma maneira que uma cirurgia comum e exige todos os cuidados de reconstrução, mesmo que o paciente já tenha falecido. Esse direito é garantido pela lei nº 9.434/1997. Com isso, após a retirada dos órgãos, o doador poderá ser velado e sepultado normalmente”, garante a enfermeira supervisora do Bloco Cirúrgico, Fernanda Nunes da Silva.