Estamos chegando ao fim do primeiro ano do terceiro governo de Lula, e podemos realizar algumas considerações sobre o mandato presidencial.
Em primeiro lugar, o governo serviu para conter a completa destruição que estava sendo realizada por Bolsonaro. Um exemplo notável foi a ação para salvar o povo Yanomami. Outras medidas importantes incluem o aumento do salário mínimo um pouco acima da inflação, a recomposição das bolsas de pós-graduação, a criação de alguns ministérios, entre outras.
No entanto, ao mesmo tempo, o governo comete equívocos graves, como a lei do novo teto de gastos, defendida arduamente pelo ministro Haddad. Essa medida sufoca o investimento público e ameaça os pisos constitucionais para saúde e educação. Outro ponto crítico é o decreto que abre as portas para as privatizações de presídios, criando um novo mercado para uma burguesia parasitária se apropriar de dinheiro público e aprofundando uma política carcerária extremamente problemática.
Além desses problemas, Lula alimenta setores como o agronegócio, que apoiou explicitamente Bolsonaro e recebeu mais de 400 bilhões através do plano safra. Quanto mais força econômica o agronegócio conquista, mais ele utiliza esse poder como ferramenta política.
Isso se assemelha ao que ocorreu em outros mandatos, onde, em vez de enfraquecer setores retrógrados, tentou-se comprá-los, fornecendo vultosas quantias de dinheiro. Esses setores utilizaram esses recursos para ampliar sua influência social e política, posteriormente atacando o governo.
Essa perspectiva, somada ao novo teto de gastos, que irá deprimir ainda mais o investimento público, pode criar um caldo político perigoso, transformando qualquer crise em um problema profundo de sustentação do governo.
Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público