Projeto cultural arquitetado e pago em sua totalidade sem verba da prefeitura, pelo ex-vereador Francisco de Macedo Bento em 2001, foi mudado pelo atual prefeito, que sequer menciona o nome do autor
Em visita a redação do Jornal Imprensa ABC, o ex-vereador Chico Bento – natural do Piauí -, eleito em 2000, para exercer seu primeiro mandato, notou que a cidade carecia de uma programação voltada à população nordestina de São Caetano. Como vereador já eleito, viu esta oportunidade se concretizar no Espaço Matarazzo no Bairro Fundação, onde ocorria grandes eventos na época.
Com a colaboração de seu amigo pessoal, Valdomiro Siviero, como disse o sr. Francisco de Macedo Bento, conseguiram montar a 1ª Festa da Cultura Nordestina na cidade – bancada com recursos próprios, mesmo sem ter uma lei que a legitimasse, ocorrendo alguns anos depois, em 2014, na administração do então prefeito – também nordestino -, Dr. Paulo Pinheiro.
A Festa, em sua primeira versão, teve presença marcada de grandes astros da música nordestina e de forró da época, além da população poder usufruir das apresentações de embolada, repente, forró pé-de-serra, xote, xaxado, baião, exposições de cordel, e é claro, poderia também saborear as iguarias típicas da cozinha do nordeste do país.
Um dos motivos que levou o então vereador a pensar em fazer uma festa nordestina na cidade, era porque em São Caetano já havia todo tipo de festa, e a forte participação do migrante nordestino no crescimento do município, e que teve como seu primeiro prefeito Ângelo Raphael Pelegrino, Pernambucano de Jaqueira, era inconcebível que não houvesse nenhuma festa homenageando a população do norte e nordeste brasileiro. Daí a criação da Festa da Cultura Nordestina.
Por descaso da administração de José Auricchio Jr., que esteve à frente de São Caetano entre os anos de 2009 e 2012, utilizou o termo “Entoada Nordestina”, para descaracterizar o primeiro projeto da Festa da Cultura Nordestina – dados informados no próprio portal de Cultura da cidade. Sua regulamentação aconteceu apenas no governo do Dr. Paulo Nunes Pinheiro, em 2014, através do Projeto de Lei nº 6269/2014, aprovado na Câmara Municipal no dia 11/09/2014, de autoria do vereador Chico Bento, quando a festa passou a ser incorporada, definitivamente, no calendário de festejos da cidade.
O município que é reduto de milhares de nordestinos de todos os estados, ainda é palco da Festa da Cultura Nordestina e vai acontecer no próximo fim de semana no Espaço Verde Chico Mendes, com o seu nome não oficial.
Nova nomenclatura
Em 2014 no governo Paulo Pinheiro, foi aprovado o Projeto de Lei 6269/2014, criando a Festa da Cultura Nordestina, mas, após reeleito, o atual prefeito novamente mudou o nome, para Entoada Nordestina, sem sequer mencionar o Projeto de Lei que a criou e seus respectivos autores.
Além da mudança do nome, Francisco Bento também questiona o porquê a data original do evento, passou dos meses de setembro e outubro para o final do mês de maio, antecedendo assim em vários meses, no calendário oficial de festejos do município.
A clara mudança do nome da Festa, para Entoada Nordestina, foi para que a população não tomasse conhecimento que o criador e idealizador do projeto – que até hoje é comemorada como uma lembrança viva de tradições seculares em São Caetano -, é um nordestino do Piauí que celebra suas raízes, onde quer que esteja e a festa nada mais é que uma inclusão social e histórica dos laços culturais, e quase 40% da população da cidade tem origem da região norte e nordeste do país.
Mesmo com a polêmica causada pelo atual prefeito José Auricchio em torno de seu Projeto de Lei, Francisco de Macedo Bento, afirma: “Ainda prefiro o termo original do Projeto de Lei (Festa da Cultura Nordestina), pois é isso que essa celebração representa para nossa cidade. É uma oportunidade de reafirmar nossa identidade, compartilhar nossas tradições e celebrar a riqueza cultural do Nordeste”.
“Casa Dia” em São Caetano
Outra luta contínua do sr. Francisco de Macedo Bento, quando vereador e nunca virou um Projeto de Lei, foi a criação da Casa Dia que deveria ter merecido uma atenção maior pelo médico e prefeito José Auricchio, visto que São Caetano por ser uma cidade rica, merece dar à sua população idosa (cerca de 60%) uma condição melhor de sobrevida.
A Casa Dia seria mantida pela municipalidade através da Secretaria de Saúde, e seria uma Creche Municipal para o Idoso Consciente – aquele que tem idade elevada, mas os familiares querem mantê-lo em sua própria casa – onde família que trabalha e não tem como cuidar dele, entrega-o aos cuidados de pessoas responsáveis nestas creches que seriam mantidas pelo município durante o dia, e a noite retornaria ao convívio familiar, sãos e salvos.
A Casa Dia funcionaria igual às creches já existentes para crianças, e os idosos teriam toda a estrutura que não encontraria se estivessem a sós em suas residências durante o período de trabalhos de seus entes queridos, provendo-os de alimento, medicação e todos os cuidados necessários.
Por Samuel Oliveira