X

Aumento do prefeito está na mesa de Auricchio: ele vai sancionar ou vetar?

Futuro prefeito pode receber R$ 35.262 por mês, vice R$ 17.631 e secretários R$ 33.498,90; para funcionalismo, reajuste foi só de 4,5%

Depois de a Câmara Municipal de São Caetano aprovar aumento de 76,3% nos salários do próximo prefeito da cidade, do futuro vice-prefeito e dos secretários municipais, São Caetano se pergunta se o prefeito José Auricchio Júnior (PSD) vai sancionar ou não o projeto de lei.

Em uma manobra feita às pressas, com articulação do governo Auricchio, a mesa diretora do Legislativo apresentou o projeto de lei e colocou para votar a proposta que vai impactar em R$ 3,5 milhões a mais e ao ano aos cofres públicos. Oficialmente, porém, Auricchio tem negado que é o autor intelectual e oficial da proposta.

A elevação nos salários dos agentes políticos do Executivo de São Caetano tem gerado polêmica na cidade porque foi muito superior aos 4,5% concedidos por Auricchio ao funcionalismo público e acontece no momento em que há crise financeira na Saúde, com queixa dos médicos sobre atraso nos salários.

O salário do prefeito vai saltar de R$ 20 mil para R$ 35.262 mensais, o do vice-prefeito, de R$ 10 mil para R$ 17.631 e o do secretariado, de R$ 19 mil para R$ 33.498,90. Os valores começam a valer em 2025.

O projeto contou com voto favorável do vereador Tite Campanella (PL), escolhido por Auricchio para ser o pré-candidato à sucessão do grupo governista. A votação pela Câmara foi a toque de caixa, já que o texto foi apresentado no fim do mês passado e votado em duas sessões, sendo uma extraordinária, convocada pelo presidente da Casa, Pio Mielo (PSD), aliado de Auricchio.

Dos 19 vereadores, somente três foram contra o acréscimo salarial, o que indica concordância da administração municipal com o projeto de lei que, oficialmente, foi proposto pela mesa diretora da Câmara. Os três parlamentares contrários foram Edison Parra (Podemos), Ubiratan Figueiredo (União Brasil) e Bruna Biondi (PSOL).

“O prefeito Auricchio é muito econômico na hora de dar reajuste ao funcionário público, e não é de hoje, é uma tradição de seus governos. Sempre foi mão de vaca neste aspecto. Nossa Guarda Civil Municipal é muito mal remunerada, desde sempre. Na Educação, além do salário ser baixo em toda a rede, desde sexta-feira os professores concursados pedem para sair porque precisaram passar em outro concurso em outras cidades para complementar o salário. A qualidade cai porque estamos perdendo profissionais”, comentou Parra. “Por essas e outras medidas o prefeito vem encerrando seu mandato de forma lamentável.”

O projeto contou com trâmite expresso dentro do Legislativo. Chegou à Casa e, mesmo sem estudo oficial de impacto orçamentário e parecer da comissão entre vereadores que existe na Câmara justamente para analisar propostas de aumento de salário dos agentes políticos da cidade, passou às pressas na Comissão de Finanças e Orçamento, sob alegação interna de que o texto era prioridade para o município.

Assim, foi levado à plenário ainda em junho. A bancada de sustentação de Auricchio deu voto favorável em duas discussões mesmo com o plenário lotado de moradores revoltados com a manobra do governo junto à Câmara.

Por Samuel Oliveira

Imprensa:

This website uses cookies.