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Corte de Gastos

Chegou o dia que todos sabiam que iria ocorrer, mas que muitos fingiam e enganavam que não iria acontecer (principalmente economistas “progressistas”).

Nesta semana, o Governo Federal, através do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de gastos de 25 bilhões de reais para o orçamento de 2025 e indicou ainda, para 2024, um possível contingenciamento. A economia, de acordo com o ministro, virá principalmente de um “pente-fino nos benefícios sociais”. Não foram especificadas as áreas que vão sofrer os cortes no ano que vem.

Desde que o novo teto de gastos, ou “arcabouço fiscal” (prefiro calabouço), foi enviado ao Congresso e aprovado, todos sabiam que chegaria o momento em que cortes seriam realizados. Porém, muitos do campo progressista insistiram (e mentiram) que o novo teto de gastos não seria uma política econômica liberal, pois seria realizado através do aumento da arrecadação, e que ninguém deveria se preocupar.

Porém, como muitos alertavam, chegou o dia da tesoura. E, como esses mesmos alertavam quando o projeto foi enviado ao Congresso pelo Governo Federal, ainda há um perigo de serem derrubados os pisos constitucionais da saúde e educação, pois ambos são incompatíveis com o “novo arcabouço fiscal”.

Como se esse debate não bastasse, a equipe de Haddad ainda discute desvincular as aposentadorias do aumento real do salário mínimo e, mais recentemente, desvincular também o seguro-desemprego e o abono salarial. As várias possibilidades de corte ainda estão na mesa sendo discutidas, porém, um governo que se diz dos trabalhadores, cogitar tais medidas, já demonstra uma profunda derrota ideológica e política.

Atacar sua própria base, que já não é mobilizada por esse governo, parece o caminho certo para o abismo e significa fortalecer o bolsonarismo.

E aqueles que acham que o mercado vai se satisfazer com esse primeiro corte, estão errados. A burguesia brasileira sempre trabalha com o programa máximo. Eles vão querer mais sangue e sacrifício dos trabalhadores; estão trabalhando cotidianamente pelo fim dos pisos da saúde e educação e pelo corte nos gastos sociais.

O Deus Mercado é frio, não sente pena, só ódio e ri como uma hiena.

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público

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