A Otan realizou uma cúpula na qual afirmou apoiar a Ucrânia “em seu caminho irreversível para a plena integração euro-atlântica, incluindo a adesão à Otan”. Além desta declaração, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também declarou ser irreversível a entrada da Ucrânia na aliança atlântica liderada pelos Estados Unidos.
Essas declarações apenas aumentam a tensão no Leste Europeu, pois é devido à expansão contínua da Otan em direção à Rússia que ocorreu a explosão deste conflito.
O povo ucraniano está sendo usado como bucha de canhão e lutando uma guerra por procuração pelos estadunidenses. Essa afirmação ficou evidente após a fala, esta semana, do ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, de que ocorreram encontros secretos entre funcionários dos EUA e da Rússia, sem a presença dos ucranianos, para negociações sobre a guerra. Os ucranianos são chamados a lutar, mas para negociar com a Rússia, a conversa se desenrola com os EUA.
A adesão da Ucrânia ao bloco da Otan levaria o conflito a outro patamar e colocaria o mundo às portas de uma guerra bastante ampliada, o que parece ser o desejo de amplos setores das elites política e econômica dos EUA.
Essa agressividade dos EUA em insistir na expansão da Otan até as portas da Rússia parece ser uma tentativa de resposta ao seu declínio e perda de hegemonia. Claro que esse processo de decomposição não é linear e pode ter idas e vindas, porém, mantidas as atuais condições de temperatura e pressão, a queda do poder norte-americano parece um caminho irreversível.
E é exatamente isso que os estadunidenses têm como objetivo transformar, criando um clima de anormalidade e de crescimento das tensões, para obrigar os países a tomarem posições claras, principalmente contra a China, aproveitando toda a sua força militar, já que na competição econômica eles estão sendo superados pelos chineses.
Porém, aprofundar o conflito e colocar os russos contra a parede, forçando a adesão da Ucrânia a todo custo na Otan, parece ser um caminho extremamente perigoso para o mundo todo.
Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público