Contemplados com emenda parlamentar da Deputada Federal Erika Hilton, Casa Neon poderá abrigar até 64 pessoas LGBTs em situação de vulnerabilidade no ABC.
No próximo dia 19 de agosto, às 10h, São Bernardo do Campo será palco de evento histórico para a população LGBTQIA+ da região do ABC Paulista. Nesta data, a Casa Neon Cunha, casa de apoio à população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade socioeconômica, se tornará o primeiro abrigo 24h do ABC destinado à essa população.
Fundada em 2018 e com sede inaugurada em 2021, a Casa Neon Cunha é uma instituição sem fins lucrativos. Além de oferecer um espaço seguro para a população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, desenvolveu um plano de trabalho próprio para assegurar a construção da autonomia socioeconômica das pessoas assistidas através de assistência psicossocial e de programas educacionais.
Até a metade do ano de 2024, a Casa Neon era primariamente financiada por organizações privadas que confiaram no projeto, investindo desde valores pontuais a auxílios recorrentes para o pagamento do aluguel do espaço e da alimentação das pessoas beneficiárias. Marcas como a Fundação Volkswagen, Instituto Renner, Rotary Club de São Bernardo do Campo, Pinheiro Neto Advocacia são algumas das organizações que possibilitaram que a Casa chegasse até aqui.
Entretanto, os custos de funcionamento continuavam subindo com o aumento da demanda. Sem ser procurada por novas marcas, em fevereiro de 2024 a Casa Neon precisou fechar as portas por falta de doações que viabilizassem a realização das atividades. Alimentação, espaço de convivência, atendimento psicossocial, apoio jurídico, cursos e workshops foram algumas das atividades paralisadas pela baixa de doações que tem acometido o terceiro setor desde o final de 2023.
“O maior desafio de iniciativas como a nossa é lembrar as marcas que a população LGBTQIA+ não existe só no mês do orgulho. A Casa Neon vinha enfrentando dificuldades financeiras desde novembro de 2023. Somos muito procurados no mês de junho, mas sem verba nos outros meses, a população vulnerável precisa continuar na rua, sem garantia da próxima refeição, sem segurança, sem qualificação profissional, sem perspectiva. Existimos todos os dias do ano e esse período em que a Casa esteve fechada foi especialmente difícil para a população LGBTQIA+ em vulnerabilidade do ABC, que ficou desassistida.” – Júnior Lima, membro da diretoria da Casa Neon Cunha.