Pesquisa tem como objetivo identificar população para criação de políticas públicas de inclusão social
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC assinou, nesta semana, dia 3, o início de uma pesquisa censitária regional da população LGBT+ da região. É o primeiro levantamento do tipo a ser realizado no país.
O censo tem como finalidade tirar a população LGBTQIA+ do Grande ABC da invisibilidade e construir políticas públicas realmente efetivas a partir dos dados obtidos. É um trabalho inédito no Brasil e que deverá ser replicado em outras regiões do país.
Segundo a Coordenadoria de Políticas de Cidadania e Diversidades da Prefeitura de Diadema, o resultado final da pesquisa poderá contribuir na articulação de políticas públicas voltadas para os LGBTQIA+, como saúde, empregabilidade, cultura, lazer e esporte, alimentação, habitação entre outros, na qual muitas vezes esta população é invisibilizada.
Através dos mesmos estudos, Diadema acredita ser possível também identificar e neutralizar violências contra a comunidade, até finalmente alcançar a inclusão, a equidade e o respeito às diferenças da comunidade LGBTQIA+ na sociedade.
No Brasil, quase não há dados oficiais sobre a população LGBTQIA+, uma vez que pesquisas nacionais, como o Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda não abordam a orientação sexual e a identidade de gênero. Por isso este censo é importante.
O município irá realizar grupos focais e construir uma articulação com os diversos movimentos sociais, pessoas independentes, coletivos e serviços que atendem pessoas LGBTQIA+, afim de construir e articular e garantir a maior participação, vamos a escolas, hospitais, espaços de culturas e ambientes prisionais, a fim de entender em quais contextos essa comunidade está inserida e, com essas informações, nortear o combate a LGBTfobia, a promoção da sensação de pertencimento, a sensibilização social e a reparação histórica há muito devida a essas pessoas.
A construção do censo foi possível devido ao Grupo de Trabalho (GT) LGBTQIA+ do Consórcio ABC, composto por integrantes das prefeituras e sociedade civil, que há anos atuava nesta demanda. Em 2022, o projeto começou a sair do papel após o repasse de uma emenda parlamentar no valor de R$ 200 mil enviada pela então deputada estadual Erica Malunguinho.