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As Eleições de 2024 – I

Com o fim do primeiro turno das eleições, já é possível fazer algumas observações preliminares sobre os resultados eleitorais municipais e seus impactos na política nacional. No entanto, essas observações podem ser relativizadas, visto que o processo eleitoral ainda não foi concluído e o desfecho em algumas cidades pode alterar o balanço geral.

Uma tendência clara salta aos olhos: o crescimento da direita e da extrema direita. Houve ampliação tanto no número de prefeituras quanto no número de votos totais. Em várias cidades, a esquerda foi praticamente varrida, e o embate eleitoral ficou restrito entre a direita e a extrema direita. Mesmo fora da presidência, o PL de Bolsonaro registrou um crescimento significativo.

Em algumas cidades, houve divisões dentro da própria direita, especialmente porque suas bases desejavam candidaturas “puro-sangue” de extrema direita, como foi o caso de São Paulo.

Já a esquerda, de modo geral, e o PT, em particular – partido hegemônico deste campo -, tiveram resultados decepcionantes. Mesmo somando todos os partidos de esquerda e sendo generoso ao incluir PSB, PDT e PV nesse grupo, o resultado foi uma queda geral desse campo, ainda que um ou outro partido tenha se recuperado individualmente.

Apesar de estar à frente da presidência, o PT teve um crescimento modesto, passando de 182 prefeituras eleitas em 2020 para 248. No entanto, é importante lembrar que, no período de transferências partidárias antes das eleições, o partido havia crescido e alcançado 268 prefeituras. Com base nesse dado, o partido, na verdade, sofreu um encolhimento. Além disso, a maioria das prefeituras conquistadas pelo PT está em cidades pequenas, com menos de 20 mil eleitores.

Mesmo em regiões anteriormente consideradas redutos “vermelhos”, como o ABC paulista, o partido vem lutando para manter sua relevância eleitoral. Em São Bernardo do Campo, cidade historicamente ligada ao PT, o partido não conseguiu chegar ao segundo turno pela terceira vez consecutiva.

Outro dado relevante no campo da esquerda foi o encolhimento do PSOL. O partido perdeu todas as prefeituras que detinha e reduziu seu número de vereadores.

Esses resultados indicam a necessidade de uma análise profunda para entender as dinâmicas dessas eleições.

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público

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