Após intensa mobilização nas redes sociais, a PEC que propõe o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais e a implantação da jornada 4×3, elaborada pela deputada Erika Hilton, alcançou o número de assinaturas necessário para iniciar sua tramitação na Câmara dos Deputados.
Além disso, no feriado de 15 de novembro, foram organizadas diversas manifestações em todo o país em apoio à pauta do fim da escala 6×1 e da redução da jornada de trabalho. Um grande movimento está surgindo, levantando discussões sobre essa questão fundamental.
Por que devemos apoiar essa medida e pressionar os deputados para aprová-la?
Expansão do mercado interno:
A redução da jornada de trabalho contribui para fortalecer o mercado interno, pois boa parte do consumo dos trabalhadores e suas famílias ocorre nos momentos de folga. É no tempo livre que as pessoas frequentam lojas, restaurantes, shows, entre outros.
Geração de novos empregos:
A medida pode criar milhões de novos postos de trabalho, ampliando ainda mais o mercado interno. Com mais trabalhadores recebendo salários, haverá um aumento da renda disponível para o consumo.
Melhoria da qualidade de vida:
Ao ampliar o tempo de descanso e lazer, os trabalhadores terão mais condições para cuidar de si mesmos, realizar tarefas domésticas e estar com a família. O economista Pedro Gomes, que coordenou o projeto piloto da jornada 4×3 em Portugal, afirmou:
“Agora, na maior parte das famílias, (homens e mulheres) trabalham as mesmas horas e com a mesma intensidade. E quando voltam para casa, não é tempo de descansar, é tempo de fazer tudo aquilo que ficou por fazer: compras, cozinha, limpeza. Com isso, as famílias têm uma falta de tempo enorme (…) e cria esta pressão contínua que causa o burnout e o estresse.”
Redução do estresse e de doenças relacionadas ao trabalho:
A diminuição do estresse e dos problemas de saúde associados ao trabalho resulta em menor absenteísmo, menos licenças médicas e aumento da produtividade dos trabalhadores.
A aprovação dessa PEC não destruirá a economia, como afirmam alguns empresários e deputados alarmistas, preocupados com uma possível redução de seus lucros. Esse discurso é recorrente e foi usado em outros momentos históricos, como na redução da jornada de 12 para 10 horas, depois de 10 para 8 horas, e também quando o 13º salário foi instituído em 1962.
Na época, os mesmos setores alegaram que o país ficaria arruinado, mas o resultado foi exatamente o contrário: o Brasil cresceu ainda mais e de forma mais justa.
Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público