Medicina ABC terá laboratório pioneiro para tratamento de doenças raras do metabolismo

Inédito no Grande ABC, local atenderá crianças até então encaminhadas para a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Capital

Dr. Rubens Wajnsztejn

A Faculdade de Medicina do ABC inaugura nesta quarta-feira (29 de agosto), às 11h, o Centro Especializado em Doenças Inatas do Metabolismo. Inédito no Grande ABC, o local será responsável pelo atendimento de crianças com doenças raras e de difícil diagnóstico, normalmente identificadas no nascimento pelo teste do pezinho. Os sintomas geralmente aparecem no primeiro ano de vida e até pouco tempo a ciência não tinha muitas alternativas para tratar o problema. A mucopolissacaridose, por exemplo, é doença que promove o acúmulo de açúcar no sangue por defeito no metabolismo. Sem opções terapêuticas, os portadores não passavam dos 10 anos de idade.
“Nos últimos 5 anos a ciência avançou muito no campo das doenças raras do metabolismo. Hoje temos tratamentos para boa parte dessas patologias, possibilitando desenvolvimento normal dessas crianças. As medicações são fornecidas gratuitamente pelo governo, pois têm custo extremamente elevado. O tratamento mensal pode chegar a R$ 50 mil”, exemplifica Dr. Rubens Wajnsztejn, professor da disciplina de Neurologia da Faculdade de Medicina do ABC, cadeira que comandará o novo centro de referência.
Para viabilizar os trabalhos, a FMABC deu início em abril ao Ambulatório Especializado em Erros Inatos do Metabolismo, sob comando do neurologista Dr. Paulo Breinis. O local recebe encaminhamentos de diversos serviços de saúde do Grande ABC e tem por objetivo realizar diagnóstico das doenças a fim de determinar o melhor tratamento. “Após as avaliações clínicas, acompanhamento e realização de diversos exames, chegamos ao diagnóstico. Porém, o tratamento era feito somente em São Paulo, na Unifesp, pois o procedimento requer espaço adequado e profissional capacitado até então indisponíveis no ABC. O procedimento exige infusão periódica de enzimas via intravenosa”, detalha Dr. Rubens Wajnsztejn.