Estudo testa prótese de joelho inédita para mulheres

Tecnologia norte-americana chega ao Brasil neste 2012 e compõe pesquisa que acompanhará 20 pacientes operadas durante 2 anos

Estudo testa prótese de joelho inédita para mulheresPrótese feminina de joelho da norte-americana Zimmer, que chegou ao Brasil no início de 2012, começou a ser aplicada na rede pública paulista de forma pioneira pela disciplina de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. O dispositivo passa por período experimental em várias partes do mundo e no Brasil a parceria do fabricante foi fechada com FMABC-FUABC, que realiza cirurgias e acompanhamento clínico em uma de suas unidades gerenciadas, o Hospital Estadual Mário Covas de Santo André.
A prótese Genderflex, como é chamada, é específica para implantes em mulheres, cujo fêmur tem alinhamento e largura diferentes do homem. Até agora o dispositivo usado era comum a ambos os sexos. A indicação é para casos graves de desgaste nas articulações dos joelhos.
“Estamos em fase de estudos, por isso não há estatísticas comprobatórias. Mas no grupo que recebeu o implante a avaliação é muito satisfatória sobre o restabelecimento da função do joelho, que apresenta flexão maior do que o normal”, descreve Dr. José Luiz Colleoni, chefe do grupo de joelho da FMABC no Ambulatório de Ortopedia do ‘Mário Covas’, que recentemente mostrou a técnica ao Conselho Regional de Medicina do Maranhão. Em São Paulo, somente o grupo do joelho da FMABC-Mário Covas usa o novo conceito.
Osteoartrose avançada: Pelo menos 10 pacientes do Grande ABC já fizeram o implante e estão sendo avaliadas com outras 10 que receberam próteses comuns. O estudo comparativo envolverá 20 casos, que serão checados aos 3 e 6 meses, um e dois anos.
Próteses são recomendadas a pacientes de idade avançada, com osteoporose grave no joelho, que já se utilizam de bengala e não respondem a tratamentos convencionais como antiinflamatórios, medicamentos para cartilagem e fisioterapia. A artrose é classificada como primária (quando há degeneração da articulação pela idade) e secundária, decorrente de traumatismos graves (acidentes), infecções e reumatismos.
Com a longevidade da população, a artrose já é considerada uma epidemia no mundo e o implante do dispositivo está sendo cada vez mais demandado. “Estudo recente sobre artrose de joelho indica que em 2020 pelo menos 1,5 milhão de norte-americanos terão indicação do implante e 20 milhões de europeus terão a doença”, cita Dr. José Luiz Colleoni.