Insumos provenientes de podas e de retiradas de vegetação viram adubo, serragem para pistas de caminhada, brinquedos e mobiliário urbano
( Foto: Edmilson Magalhães/PSA )
Segundo dados da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, de janeiro a agosto, foram realizadas 26.634 podas no município. Por mês, são registradas 220 solicitações de retirada de árvores. Desse total, cerca de 50 são atendidas.
Os insumos resultantes dessas ações passam por tratamento especial na Fabrinque – braço de produção do DPAV – e voltam à população na forma de bancos, brinquedos para playgrounds, cercados, decks, aparelhos de ginástica, entre outros, e são instalados nas 700 áreas verdes do município, além de EMEIFs e creches.
Processo de transformação
O procedimento começa com o corte de galhos pequenos, promovendo o alívio do peso da planta. Na sequência, o tronco é cerrado rente à raiz, que mais tarde é destocada, para a completa remoção.
Os galhos e partes pequenas são transportados até uma área, na qual o material é triturado e, em seguida, fica acondicionado em montes para o processo de cura, que resulta em um composto orgânico que será, mais tarde, utilizado na vegetação das praças da cidade. O procedimento dura, em média, dois meses.
Parte do tronco e a raiz da planta são triturados e reduzidos à serragem, que é espalhada mensalmente em pistas de caminhada de espaços como os parques Prefeito Celso Daniel, no Centro, e Antônio Pezzolo (Chácara Pignatari), na Vila Metalúrgica.
Na Fabrinque, funcionários do DPAV usaram a criatividade e criaram um mecanismo para o corte do caule, a partir do reaproveitamento de facão e correntes de motosserra.
O sistema inteligente permite o manuseio da ferramenta com segurança, evitando acidentes de trabalho, e possibilita o fracionamento do tronco da árvore em camadas, gerando pranchas de madeira que serão mais tarde trabalhadas pela equipe de carpinteiros do DPAV.
A inovação gerou economia anual de R$ 5 mil, valor gasto anteriormente na reposição de pastilhas e na amolação de discos de corte, realizadas fora do departamento.
Critérios de reutilização
Para que haja a remoção de uma árvore, é necessário que a planta apresente aspectos que justifiquem seu sacrifício, como risco de queda, comprometimento ao acesso de garagem de imóvel construído ou danos incontornáveis ao patrimônio público ou privado.
A retirada da planta só é efetivada pela Administração após vistoria técnica que detecta a necessidade de intervenção desta natureza.
A população pode solicitar serviços de poda ou remoção de vegetação por meio do portal eletrônico www.santoandre.sp.gov.br, ou no Fone Fácil da Prefeitura, no 0800-0191944. O prazo para que seja realizada a vistoria técnica é de 25 dias
Educação ambiental
A Prefeitura de Santo André apoia o uso consciente de recursos naturais, com a gestão de fortalecimento de reúso de materiais. A reciclagem de insumos provenientes de arborização, ainda em estágio artesanal, é apenas uma das frentes de reaproveitamento viabilizados pela Administração.
A Fabrinque recicla alambrados, que servem como base para estruturas de concretos. Brinquedos de parquinhos que saem de circulação recebem nova destinação. Portões de EMEIFs e creches são utilizados como grades e guarda-corpos.
Para o DPAV, o desafio é olhar os recursos e imaginar uma nova função para determinado objeto. A ideia é reaproveitar ao máximo o material disponível, contribuindo para ações em benefício da população, com foco no consumo consciente, que gera, por sua vez, redução de custos.