Em encontro realizado esta semana, o diretor trocou experiências com a coordenação de teatro da Secult, que já estuda novos projetos
Da esquerda para a direita: Milton Neves, Jander Lira (secretário municipal de Cultura de São Caetano) e Daniel Éboli. (Foto: Divulgação)
Milton Neves é formado pela Actors Studio (EUA). Estudou cinema na ECA, jornalismo na USP e música no conservatório Carlos Gomes, com formação de maestro. Introduziu o programa educativo na TV comercial e ganhou o prêmio de diretor revelação na década de 90.
O encontro proporcionou a troca de ideias com o experiente diretor, que conheceu os teatros da cidade: Teatro Paulo Machado de Carvalho, Teatro Santos Dumont e também o auditório do CECAPE (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação), da Secretaria Municipal de Educação (Seeduc).
Milton falou sobre sua experiência no exterior e também sobre a importância de projetos que barateiem custos e incentivem a ida dos munícipes ao teatro. O diretor também ficou bastante interessado pelo funcionamento da escola de Teatro da Fundação das Artes e comentou que a forma de ensinar é uma das grandes diferenças entre as escolas daqui e as americanas. “Não basta ensinar produção, direção, cenário, figurino, sonoplastia. O objetivo é fundamentar o teatro como um todo. Isso eu aprendi muito nas escolas de fora”, afirmou.
Ele contou sobre alguns de seus projetos e mostrou um de seus livros, o Montando estórias. Sobre a publicação, lembrou de quando viu crianças em Goiânia apresentando uma de suas peças e da alegria que sentiu ao ver aquilo. “As crianças não acreditam que você existe de verdade. Elas acham que você é intocável. Por isso foi tão marcante”. E contou também sobre as lições que essas experiências trouxeram: “Ensinar teatro é propor uma melhora no mundo. Nos Estados Unidos somos chamados de mestres. No sentido de que professor é quem ensina e mestre é quem divide conhecimento”.
Algo que chamou muito a atenção do diretor foi o fato da Fundação das Artes de São Caetano ser a única instituição da região do ABC que oferece a DRT (registro profissional tirado na Delegacia Regional do Trabalho) para os alunos formados. Daniel Éboli, coordenador de teatro da Secult, aproveitou também para falar sobre os próximos passos do teatro na cidade. Ele estuda mudanças no conhecido projeto Mostra dos Sete, para o qual propõe realização de workshops e mudanças na premiação.
Para os que sonham em um dia entrar para o teatro, mas não sabem se conseguiriam se encaixar na profissão, Milton Neves deixou uma dica: “O primeiro passo para ser artista é ser cara de pau. Ser artista é não ter vergonha”.