Nos últimos três anos, a Secretaria de Educação também reduziu em 60% o açúcar nos pratos servidos aos cerca de 85 mil alunos da rede pública
Dessa forma, salgadinhos, doces e refrigerantes, alimentos industrializados, ricos em sal, gorduras e conservantes, estão sendo eliminados do cardápio das Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs). Cerca de 85 mil alunos de São Bernardo estão sendo beneficiados pela medida.
De acordo com a secretária de Educação, Cleuza Repulho, todo o cuidado é tomado para, além de melhorar o desempenho escolar, garantir melhores condições de vida agora e no futuro para as crianças, principalmente para aquelas em regiões de maior vulnerabilidade social, para quem a qualidade da merenda escolar tem ainda mais importância. “São Bernardo já tem casos de obesidade infantil. Por isso, fazemos um trabalho em conjunto com a Secretaria de Saúde para garantir que essas crianças estejam saudáveis”, diz.
O diferencial na merenda de São Bernardo foi possível depois que a Prefeitura firmou contratos com diversas cooperativas da agricultura familiar, abrangendo cerca de mil produtores. Alguns dos produtos saudáveis, naturais e sem agrotóxicos que estão sendo fornecidos são hortaliças, mel, hortifrutigranjeiro, frutas, sucos, macarrão, arroz orgânico e leite em pó, entre outros.
Essa iniciativa da Prefeitura cumpre lei federal 11.947, de junho de 2009, que determina que, no mínimo, 30% dos recursos repassados aos municípios pelo Fundo Nacional de Educação (FNDE) devem ser utilizados para a aquisição de produtos da agricultura ou do empreendedor familiar. São Bernardo é o primeiro município da região metropolitana de São Paulo a cumprir essa determinação.
Comer, Comer – Para incorporar ao dia a dia das crianças hábitos alimentares saudáveis, a Emeb Francisco Miele, localizada no Jardim das Acácias, vem implementando o programa Comer, Comer, voltado aos alunos do ensino infantil II, III, IV e V.
Durante o ano letivo, os professores realizam pesquisas com as famílias sobre o que as crianças gostam de comer. Em seguida é elaborada uma lista dos alimentos citados na pesquisa e criado um carimbo com legumes como batata, chuchu, cenoura e beterraba. As crianças, então, são convidadas a realizar pesquisas na biblioteca sobre os alimentos e a implementar, junto com os professores, uma horta. É nesse espaço que os alunos terão ainda mais contato com os alimentos, plantando, cuidando e colhendo.
Para a diretora, Marta de Jesus Gabriel, a experiência tem sido bem sucedida. “Ficamos sabendo de alguns pais que, após a implantação do programa na escola, as crianças estão experimentando alimentos diferentes, o que antes se recusavam a fazer. Outra novidade destacada pelos pais é que nas idas às feiras os alunos escolhem, reconhecem e pedem para comprar legumes. Eles, inclusive, explicam que na escola também tem os mesmos produtos”, conclui.
Gabrielly Simões Almeida Barbosa, cinco anos, aluna do ensino infantil, também está feliz com a novidade. “Gosto muito de ir à horta para plantar as sementes de tomate e melancia. Também gosto muito de batata, repolho e maçã”.