Nepotismo

Muita coisa mudou na administração pública desde as reformas administrativas de Getúlio Vargas e de outros governos, que instituíram gradativamente concursos públicos para a maioria dos postos de trabalho e procuraram implantar uma administração com certo grau de profissionalização, com a ideia de impessoalização da função pública.
Mesmo assim, sabemos que há casos de manipulação nos concursos públicos e a prática do nepotismo, ou seja, o emprego ou favorecimento de parentes em cargos públicos, ainda que isso seja proibido pela lei.
Quando ocorrem atos de corrupção na administração pública, a reação costuma ser marcada pelo moralismo, que caracteriza por atribuir ao caráter pessoal do funcionário ou político envolvido a responsabilidade pela malversação dos recursos públicos.
Não se procura evidenciar as relações políticas, econômicas, sociais e culturais que estão na raiz das práticas de favorecimento e tráfico de influência. Assim, há uma simplificação desse fato, pois se acredita que bastaria fazer um governo com homens e mulheres “de bem” para que tudo fosse resolvido.
A corrupção existe em todos os países do mundo, tanto nas estruturas estatais como nas empresas privadas. No Brasil, ela se mantém no sistema de poder porque o favor e o clientelismo continuam presente.
O combate à corrupção requer a criação de mecanismos que a coíbam, garantindo que os envolvidos sejam julgados e condenados por seus atos. E isso tem sido feito com a ajuda de funcionários públicos promotores e juízes que não aceitam mais essas velhas práticas.