A 37ª Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região do ABC (PED ABC), referente ao mês de maio, aponta uma queda de 1,0% na taxa de desemprego total durante a passagem de abril (11,2%) para o mês de maio (10,2%). O destaque positivo ficou com a geração de 19 mil postos de trabalho no setor de Serviços. Elaborada pelo Dieese e Fundação Seade, em parceria com o Consórcio do Grande ABC, a pesquisa foi divulgada dia (25), na sede da entidade regional.
O economista e assessor do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, responsável pela apresentação da PED ABC, apontou desempenho inédito para o período: “Desde a criação da pesquisa, 10,2% é a menor taxa já registrada para o mês de maio”, disse.
O contingente de desempregados na região foi estimado em 145 mil pessoas, 14 mil a menos em relação ao mês anterior. Este resultado deveu-se ao aumento do nível de ocupação (17 mil postos de trabalho) em número superior ao de pessoas que passaram a fazer parte da força de trabalho na região ao de pessoas que pas-saram a fazer parte da força de trabalho da região (3 mil).
O desemprego no ABC também foi menor do que na Região Metropolitana de São Paulo. Entre abril e maio, a taxa de desemprego total registrou relativa estabilidade na RMSP (de 11,6% para 11,4%) e no município de São Paulo (de 11,0% para 10,8%), apresentando maior redução apenas quando considerado os demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 12,6% para 12,1%).
“A queda no ABC é um dado expressivo e tem a ver com o forte crescimento do setor de Serviços e a expansão do número de ocupados”, analisou Jensen. Em percentuais, a região chega a 53,2% dos ocupados no segmento de Serviços, enquanto a indústria responde por 24,8% e o comércio por 15,5%. Segundo o técnico do Dieese esse cenário se explica pelo fato de o ABC ser uma região urbanizada, industrializada e com renda média elevada, o que também atrai e demanda serviços.
Na região do ABC, o nível de ocupação cresceu 1,3% enquanto o número de ocupados foi estimado em 1.279 mil pessoas. De acordo com os principais setores de atividade econômica analisados, houve crescimento no nível de ocupação tanto nos setores de Serviços (2,9%, ou geração dos já citados 19 mil postos de trabalho) como no de Comércio e Reparação de Veículos Auto-motores e Motocicletas (1,0%, ou 2 mil). No entanto, foi observada uma oscilação negativa no nível ocupacional da Indústria de Transformação (-1,6%, ou eliminação de 5 mil postos de trabalho) – em especial na metal-mecânica (-2,9%, ou -3 mil).
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados manteve certa estabilidade, com variação de 0,3%. No setor privado aumentou o emprego com carteira de trabalho assinada (1,1%) e diminuiu o sem carteira (-9,0). No mês em análise (maio), cresceram os continentes de autônomos (1,1%) e de empregados domésticos (7,2%).
Em abril, diminuiu a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados e assalariados, passando de 41 horas para 40. Seguindo a mesma tendência, a proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais também teve redução acentuada entre os ocupados 9 de 29,4% para 26,5%) e assalariados (de 26,0% para 22,7%).
Entre março e abril, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-3,0%) e assalariados (-5,9), os quais passaram a equivaler a R$ 2.084 e R$ 2.036, respectiva-mente. Também foi observada contração às massas de rendimentos de ocupados (-3,0) e assalariados (-5,7%), em ambos os casos, devido, principalmente, às reduções dos rendimentos médios reais, uma vez que pouco oscilou os níveis de ocupação.