Aécio declara que manterá o que dá certo

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, disse na última quarta-feira (16) que, se eleito, pretende manter os programas sociais do governo petista que “dão certo”, como o Mais Médicos e o Bolsa Família.

“Política é copiar o que dá certo e aprimorar, nós vamos manter e aprimorar. Não há nenhum constrangimento nisso”, declarou.

O tucano disse que pretende pagar aos doutores cubanos do programa Mais Médicos o mesmo valor pago aos outros estrangeiros, mas não respondeu como vai fazer isso.

Os médicos do programa do governo federal de outras nacionalidades ganham em média R$ 10 mil, e os cubanos, US$ 1.245 (cerca de R$ 3.000 líquidos).

O Mais Médicos é um programa federal criado em 2013 e atualmente conta com 14.400 médicos estrangeiros, dos quais 11.400 (79%) são de Cuba, segundo o Ministério da Saúde. Os médicos prestam atendimento em regiões do país onde há escassez de profissionais da medicina.

Após ser questionado como faria para equiparar os salários, já que isso alteraria o programa, como é hoje, o candidato evitou explicar que medidas tomaria. O candidato não respondeu como o programa será reformulado caso seja eleito.

“O que eu não permitirei é que haja discriminação em relação aos (médicos) cubanos. O que se tem que fazer – é criar cursos de qualificação para que os médicos se submetam ao (programa) Revalida e que recebam a mesma remuneração. O governo brasileiro financia o governo cubano, nós vamos financiar os médicos cubanos.”

Segundo o candidato do PS DB, o acordo com o governo cubano será reavaliado. “Vamos estabelecer acordo através da Organização Pan-Americana da Saúde com outras regras e não vamos aceitar as regras impostas por Cuba. Não vamos cometer o equívoco de subscrever a questão da saúde pública ao Mais Médicos, mas pela qualificação e financiamento.”

O tucano também disse que irá manter o Bolsa Família em seu governo, como “programa de Estado”, o que irá retirar o programa da pauta eleitoral. O Bolsa Família é um programa de transferência de renda que beneficia cerca de 13 milhões de famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza no país, com renda per capita de até R$ 77 por mês.

Nas pesquisas de intenção de voto, o tucano tem aparecido em segundo lugar. Na última pesquisa Datafolha, divulgada no começo do mês, ele estava com 20%.