Na última quinta-feira (30) o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul negociou junto à GM São Caetano acordo de lay-off para 850 trabalhadores. Com essa medida a diretoria da nossa entidade de classe impediu que 1.070 empregados fossem sumariamente demitidos. Era esta a posição inicial da GM, mas o sindicato numa atitude firme e decidida não aceitou. Preferiu o lay-off como solução ao impasse apresentado.
Pelo que foi negociado o lay-off terá início em 10/11/2014 a 9/04/2015. Ou seja, a sua duração será de 05 meses. Ressalte-se que o lay-off é uma solução que não implica em quebra do contrato individual de trabalho durante o seu período de vigência.
Se após o prazo estipulado a produção não aumentar, os trabalhadores em lay-off terão ainda 06 meses de garantia de emprego, ou o equivalente a esse tempo em indenização. E mesmo que nesse período ocorram demissões de trabalhadores que não entraram no lay-off, ainda assim, estes terão, além dos seus direitos, mais 06 meses de indenização. Cumpre ressaltar que com essa decisão do lay-off ficarão suspensas as atividades do 3o turno de trabalho na empresa.
Outro aspecto importante é o fato de, no retorno, caso venha a ocorrer demissões, necessariamente não serão os trabalhadores inseridos no acordo do lay-off.
A razão para a adoção de tal medida se deve ao fato do sindicato como representante da categoria metalúrgica possuir responsabilidades e não admitir que trabalhadores sejam prejudicados por uma crise da qual nós não fomos os responsáveis. Mesmo diante de crises econômicas como a atual.
A empresa alega que nos últimos meses houve retração (queda) nas vendas e não tem como manter os trabalhadores com a produção reduzida. Para a direção do sindicato o ideal é que a economia demonstre reação com o retorno da produção e vendas de veículos e a reintegração à produção de todos os 850 trabalhadores. Até mesmo antes do prazo final do acordo.
Cabe lembrar que, em 1999, diante de uma situação de crise, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul foi pioneiro, em termos de Brasil, ao negociar na GM o lay-off para 600 trabalhadores e todos retornaram aos seus postos de trabalho antes mesmo do prazo estipulado. Alguns desses permanecem até hoje na empresa e até em cargo de gerência.
Para o presidente do nosso sindicato, o Cidão, “De fato a situação econômica não é das melhores e, diante do impasse que apontava para a demissão sumária de 1.070 trabalhadores, o sindicato, como havia feito em outra ocasião, propôs à empresa o lay-off como saída, sem esquecer dos cuidados e garantias aos trabalhadores inseridos no acordo”.
Com relação aos salários os trabalhadores receberão R$ 1.304,00 do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O restante será completado pela GM. De todo modo, o sindicato está aberto ao conjunto dos trabalhadores e fará todo o esforço para que o resultado dessa decisão seja satisfatório a todos.