Daniel Moreira da Silva, Antonio Moreira da Silva, Marina Aparecida da Silva e Ana Paula Teixeira

Pacientes com falta de ar jogam futebol em “pebolim humano”

Iniciativa do setor de Reabilitação Pulmonar da Medicina ABC marcou festa de fim de ano de idosos com asma, enfisema e bronquite crônica

O setor de Reabilitação Pulmonar da Faculdade de Medicina do ABC organizou nesta semana confraternização de final de ano para cerca de 50 pacientes em tratamento. Apresentação de coral, retrospectiva fotográfica das atividades de 2015 e café da manhã especialmente oferecido para a data estiveram na programação.

A grande novidade do dia foi a inauguração do “pebolim humano”. Como todos os usuários do serviço sofrem de falta de ar, jogar futebol, aparentemente, seria impossível. Entretanto, a iniciativa inédita da FMABC quebrou esse paradigma, proporcionando momentos de descontração, harmonia e de integração entre pacientes, familiares e equipe assistencial.

Partida inaugural teve duração de 10 minutos, com nove pacientes de cada lado e intervalos para respiração

A maioria dos usuários atendidos no setor tem mais de 50 anos e apresenta muito cansaço, fraqueza muscular, sedentarismo e falta de ar em decorrência de doenças como bronquite crônica, enfisema pulmonar, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), asma e outras patologias pulmonares. “Com o trabalho contínuo de reabilitação, percebemos melhora de até 30% da força muscular, na qualidade de vida e independência.

Os pacientes aprendem a respirar melhor, praticam exercícios e passam a desenvolver atividades diárias com mais disposição e facilidade”, garante a fisioterapeuta responsável pela Reabilitação Pulmonar da FMABC, Selma Denis Squassoni.

A partida inaugural do pebolim humano, em 16 de dezembro, teve duração de 10 minutos, com nove pacientes de cada lado e intervalos para respiração. O modelo do jogo segue as mesmas regras do pebolim de mesa. Os participantes são divididos pelas regiões da quadra – gol, defesa, meio de campo e ataque – e não podem soltar as mãos de barras instaladas ao longo do campo de jogo, que limitam a movimentação somente para os lados.

O paciente-artilheiro Antonio Moreira da Silva com o Dr. Elie Fiss e Marina Aparecida da Silva

Na disputa entre as equipes verde e laranja, o placar final foi 1×0 para o time verde. O gol da vitória foi marcado pelo paciente-artilheiro de 76 anos, Antonio Moreira da Silva – mais conhecido como Pixoxó, que há 4 anos frequenta a Reabilitação Pulmonar em decorrência de enfisema. “O jogo foi muito legal. Todos nós sentimos falta de ar e ninguém tem malícia para jogar. Foi muito bom participar e ainda poder fazer o gol e ser o artilheiro”, garantiu o paciente, que contou com a torcida da esposa, do filho e da nora, respectivamente Marina Aparecida da Silva, Daniel Moreira da Silva e Ana Paula Teixeira.

Quando a responsável pela Reabilitação Pulmonar, Selma Squassoni, apitou o final do jogo, alguns pacientes reclamaram, pois queriam continuar, enquanto outros nem sequer escutaram e permaneceram envolvidos na partida, tamanha a concentração.

Coral de pacientes apresentou a música “Como uma onda”, de Lulu Santos

Sugestão atendida

A ideia do pebolim humano partiu do paciente Antonio Carlos Pezente, que há cerca de um ano tomou conhecimento do esporte pela internet e compartilhou o vídeo no grupo da Reabilitação Pulmonar no Facebook.

A sugestão foi muito bem recebida e, desde então, a equipe assistencial passou a trabalhar para viabilizar a partida.

Coral de Pacientes

Após a partida de pebolim humano, a festa de fim de ano dos pacientes da Reabilitação Pulmonar teve sequência no anfiteatro Dr. David Uip.

Os convidados assistiram à retrospectiva de 2015, com fotos das diversas ações realizadas ao longo do ano, entre as quais viagem terapêutica com aula de surf no Guarujá, Festa Junina, palestras sobre medicamentos, psicologia e nutrição, além atividades em grupos de artesanato, yoga e pilates.

O ponto alto foi a apresentação do coral de aproximadamente 50 pacientes, que executou a canção “Como uma onda”, de Lulu Santos.

Os ensaios e a coordenação musical estiveram sob responsabilidade da terapeuta ocupacional Juliana Oliveira.

Daniel Moreira da Silva, Antonio Moreira da Silva, Marina Aparecida da Silva e Ana Paula Teixeira