Naira de Almeida (goleira), Aline dos Santos (armadora esquerda) e Néia Santos (pivô) treinam na pista de caminhada da Chácara Pignatari, na Vila Metalúrgica, sob o comando do hoje preparador físico Adauto Domingues

Após pódios como atleta, Adauto Domingues cuida do preparo físico do handebol feminino

O que o handebol feminino tem a ver com o atletismo de Santo André, questionariam alguns de bate-pronto. Praticamente tudo, responderiam as jogadoras da equipe principal do esporte coletivo e campeãs dos Jogos Regionais deste ano. Afinal, diariamente, elas são treinadas na parte física nada mais nada menos pelo ex-atleta Adauto Domingues, bicampeão panamericano nos 3.000 m com obstáculos em Indianápolis (1987) e Havana (1991), entre vários outros títulos que o colocaram com um dos esportistas mais respeitados na modalidade.

Como atleta nascido em São Caetano e hoje morador em Santo André, Adauto escreveu seu nome no atletismo nas décadas de 1980 e 1990 com conquistas históricas. Por uma década, por exemplo, dominou as provas de pistas – dos 1.500m e 5.000m – em solo brasileiro. Somente na São Silvestre, tradicional corrida internacional pelas ruas de São Paulo, foram quatro pódios, entre 1976, ainda com 15 anos e como estreante, e 1995, última participação e já com vários títulos no currículo.

Naira de Almeida (goleira), Aline dos Santos (armadora esquerda) e Néia Santos (pivô) treinam na pista de caminhada da Chácara Pignatari, na Vila Metalúrgica, sob o comando do hoje preparador físico Adauto Domingues

“Parei de correr profissionalmente com 35 anos, quando algumas sequelas naturais do esporte de alto rendimento se manifestaram”, contou Adauto, que virou técnico da reconhecida equipe de atletismo do Sesi/Santo André, após a morte do seu treinador Asdrúbal Batista, em 1993. “Teve momentos que era atleta e treinador”, recorda-se o servidor público estatutário na Prefeitura desde a década de 1980 e preparador físico do time adulto de handebol feminino há seis anos.

Trabalho elogiado pelo grupo. “O Adauto é um excelente profissional e que conhece bem o lado do atleta, antes de tudo, para dosagem dos exercícios. Gosto muito da parte física dele para a prática do handebol”, afirmou Naira Morgana Mendes de Almeida, 22 anos, uma das goleiras da equipe andreense.

Adauto reforçou que o handebol é um esporte de contato, o que exige condicionamento físico impecável. Os treinos diários, com cerca de duas horas em média, variam entre corridas por parques públicos pela manhã para melhora da resistência aeróbia e cardiovascular – parte não tão agradável para as meninas – e exercícios de musculação e força na Academia Coliseu, além de circuitos na quadra no Ginásio Noêmia Assumpção, no bairro Camilópolis, onde a equipe de Santo André comanda seus jogos nos campeonatos – o retorno do time será em fevereiro para a temporada 2016.