2016 começa com perda de 14,5 mil vagas na indústria paulista

No acumulado de 12 meses, queda foi de 7,89%, mostra pesquisa da Fiesp e do Ciesp

O emprego na indústria paulista começou 2016 com perda de vagas. Foram 14.500 empregos a menos na passagem de dezembro de 2015 para janeiro deste ano, queda de 0,63% (sem ajuste sazonal). Somente em 2009, ano de forte crise mundial, a baixa num mês de janeiro foi maior (-1,38%) em toda a série histórica da Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, levantamento feito desde 2006 pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon).

“Começamos com os dois pés esquerdos”, diz Paulo Francini, diretor do Depecon, ressaltando que janeiro, normalmente um mês de crescimento do emprego, teve redução do número de vagas. Na variação acumulada de 12 meses, a queda foi de 7,89%.

“O Brasil”, diz Francini, “vai ter que se acostumar em 2016 a ouvir ‘o pior da história’. Desde 1900 não temos crise tão grave, que vai produzir efeitos nunca antes vistos”.

Setores e regiões

Dos 22 setores pesquisados, 14 tiveram saldo negativo de vagas. Em 5 houve mais contratações que demissões, e 3 ficaram estáveis. Entre os positivos, destaque para Couro e Calçados, com saldo de 1.424 vagas. Francini alerta que esse número tem que ser visto com cautela. “É preciso esperar algum tempo para saber se não é algo efêmero.”

Empresas de Açúcar e Álcool foram responsáveis por dois terços da redução no emprego (4.820 vagas a menos). Isso contribuiu para fazer do setor de Produtos Alimentícios o que mais demitiu (6.079 vagas eliminadas). Metalurgia (-2.223) vem a seguir, com demissões concentradas em Cubatão, dando a essa diretoria regional o pior desempenho no mês, com variação negativa de 8,85% no nível de emprego. Jacareí (-6,7%) fica em segundo.

Das 36 diretorias regionais, 24 tiveram variação negativa no índice de emprego em janeiro, 3 ficaram estáveis e 9 contrataram mais do que demitiram.

Comparação interanual

A variação interanual (janeiro de 2016 sobre o mesmo mês em 2015) do nível de emprego foi de -9,96%. Francini destaca o desempenho interanual negativo também em todos os setores e em todas as diretorias regionais.