Instituto Neurológico de São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC, Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil e Fundação do ABC coordenarão trabalho voluntário de neuropediatras, médicos clínicos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais
Após dois meses de preparativos, com criação de protocolos e fluxos assistenciais, Instituto Neurológico de São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC, Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil e Fundação do ABC estão prontas para iniciar os atendimentos no “Projeto Zika”. Trata-se de iniciativa multiprofissional inédita para atendimento gratuito de crianças com microcefalia e suporte psicológico às mães e gestantes infectadas pelo Zika vírus, com participação de voluntários nas áreas de Neuropediatria, Neurologia, Clínica Médica, Psicologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.O agendamento de consultas já está disponível pelo telefone (11) 4116-9553 (secretária Érica), das 10h às 17h. A triagem ocorrerá no Instituto Neurológico de São Paulo (Rua Maestro Cardim, 808, Bairro Paraíso, São Paulo – próximo ao Metrô Vergueiro). De acordo com o diagnóstico, o seguimento ambulatorial será dividido em consultas no próprio instituto e nos ambulatórios de especialidades da FMABC, em Santo André (Av. Príncipe de Gales, 821).
Atenção multiprofissional
Batizada “Projeto de Atendimento e Assistência – Vírus Zika: a Ética do Cuidar”, a iniciativa surgiu a partir da inquietação da professora de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC e neuroendocrinologista do Instituto Neurológico de São Paulo, Dra. Maria Angela Zaccarelli Marino, frente ao número crescente de bebês com microcefalia e ao desespero de mães e de gestantes, que não sabem como lidar com essa situação.
A adesão dos profissionais foi imediata e o grupo passou a organizar a logística para os atendimentos, assim como protocolos e fluxos assistenciais. Ao todo são 14 voluntários envolvidos no projeto, que receberá mulheres grávidas com confirmação ou suspeita de infecção pelo Zika vírus, assim como crianças com suspeita ou confirmação de microcefalia. “O objetivo principal é prestar atendimento de alta complexidade, auxiliando e apoiando outras instituições, parceiras ou não, com o diagnóstico, notificações e manejo corretos de cada caso”, define Dra. Maria Angela Zaccarelli Marino.
“Infelizmente, hoje o Brasil vive surto de microcefalia. São milhares de casos registrados em todo o país, cuja causa não é nenhuma das mencionadas anteriormente. O principal problema é o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a febre chikungunya e também o Zika vírus – este último, o grande responsável pelo aumento dos casos de microcefalia”, detalha o professor de Neuropediatria da Faculdade de Medicina do ABC e presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, Dr. Rubens Wajnsztejn, um dos grandes parceiros do “Projeto Zika”.