Radônio tem maior concentração em lugares fechados e próximos ao solo como porões, casas térreas e subsolos
Algumas cidades do Sul e Sudeste têm registrado temperaturas recordes nestas últimas semanas. Com a chegada do inverno, a previsão é de que a baixa sensação térmica não vá embora tão cedo. A tendência a fechar as janelas e manter o ambiente com temperatura mais agradável é muito natural. Nesses momentos o primeiro alerta é sobre a transmissão de vírus e bactérias e a grande contaminação de gripes e resfriados, mas existe outro perigo que também é invisível e pode estar ali na sua sala: o gás radônio.
Esse gás é tóxico e está no topo da lista como causador de câncer de pulmão em pacientes não fumantes, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
O radônio é produzido pelo decaimento do urânio. Encontrado na forma de minerais, ele está abaixo da superfície. Quando o gás entra em contato com a atmosfera é produzido o chumbo, bismuto e polônio que emitem partículas que modificam as células do pulmão quando inspiramos a substância.
O radônio não tem cheiro, cor ou sabor, mas é um veneno para a sua saúde. Uma pesquisa do Registro de Câncer e Base Populacional de Poços de Caldas de 2009 a 2014 comprovou que o radônio é um causador do câncer. A cidade mineira apresenta uma média 50% maior de concentração da substância do que em outras regiões do País. Ainda não existem muitos dados no Brasil, mas outros países como os EUA já contam com normas rígidas para o controle dessa substância no solo. “No Brasil, não temos números eficazes, o que a gente vê na prática é que está aumentando”, alerta o oncologista Dr. Marcelo Cruz, integrante do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Por que se preocupar com o radônio?
O minério é o primeiro fator de risco para câncer de pulmão em não-tabagistas.
A doença costuma ser muito agressiva com uma média de apenas 17% de chances de cura.
O radônio não pode ser visto, sentido ou tocado a olho nu.
O Brasil tem a 5ª maior reserva de urânio no mundo, fonte do radônio.
O gás pode estar presente em cenários comuns como casas fechadas ou até mesmo durante o banho, pela contaminação da água no solo.
Tarefas simples para reduzir a presença de radônio:
• Evite lugares fechados.
• Ao acordar abra janelas e portas para trocar os gases.
• Porões e subsolos têm maior concentração da substância. Aposte na ventilação.
Apesar do frio, a medida mais segura para este inverno é manter os locais abertos por algum tempo. Aproveite e aposte em outras formas de se aquecer com roupas e bebidas quentes.