Júlio César Alves Espinoza, 24, morto após desviar de bloqueio da GCM

Testemunha acusa GCM – SCS de forjar cena do crime para culpar estudante

Júlio César estava a caminho de casa depois do trabalho e desviou do bloqueio por estar com os documentos irregulares

Se dissermos que é a primeira vez que a GCM de São Caetano ultrapassa os limites do município estaríamos errando, visto que por diversas vezes o Jornal Imprensa ABC já alertou as autoridades municipais e a própria secretaria de segurança do município sobre as rondas que viaturas da Guarda Municipal de São Caetano fazem pelas redondezas da Zona Leste (SP), Campestre (Santo André) e Rudge Ramos (São Bernardo).

Em São Bernardo principalmente, por diversas vezes notamos que viaturas estavam rodando pelo Largo São João Batista ou estacionadas nas proximidades da praça. Qual motivo, ninguém, explica. Quem deveria, não arrisca a decifrar o mistério destas ocorrências.

Não nos interessa quais motivos os levaram a estas localidades, mas que é estranho, isso sim, daí é um pulo para cometer alguma arbitrariedade, usando farda, viaturas, armas e munições pertencentes ao município de São Caetano do Sul.

Seria até um absurdo também acreditarmos que os GCMs de São Caetano, tanto os novos como os mais antigos ainda não estão familiarizados com os limites do município e o ultrapassam sem saber que o fizeram quando estão em uma operação de perseguição, o que aliás nem cabe a corporação e sim a Polícia Militar.

São temas a serem debatidos, visto que a morte do jovem estudante de tecnologia logística, Júlio César Alves Espinoza, 24, morto com vários tiros em São Paulo por GCMs de São Caetano e a Polícia Militar, após desviar de bloqueio da GCM na saída da cidade, não pode ser esquecido, muito menos dizer que foi uma fatalidade, visto que ele não era nenhum marginal e seu erro foi desviar da polícia e da GCM pois os documentos do veículo estavam irregulares. Fugir da polícia e a GCM, seria o crime cometido pelo estudante?

Há várias brechas nos depoimentos dos policiais na corregedoria, sendo uma delas, o porquê da demora (cerca de 2 horas) na comunicação do fato – visto que a delegacia é próxima ao local, cerca de pouco mais de um quilometro e os GCMs, por que perseguiram o veículo fora do município? – os guardas municipais tem o direito de invadirem outras cidades em perseguições e tiroteios? – agora os guardas tem poder de polícia? – são funções distintas, as quais estamos martelando na atual administração há muito tempo.

Os GCMs de São Caetano, podem estar com os dias contados na corporação, visto que testemunha ouvida pela reportagem da Rede Globo, disse que “os guardas de São Caetano forjaram a cena do crime a fim de culpar o estudante que eles disseram ter atirado contra eles, o que não é verdade”.

Segundo ainda a testemunha, os guardas fizeram quatro disparos de arma de fogo de dentro para fora do carro depois de terem abatido o estudante, só para culpá-lo, jogando em seguida uma arma dentro do carro para falar que era dele e juntamente com os policiais militares recolheram todas as cápsulas espalhadas pelo chão, – “foram quase 100 tiros dados pelos guardas e policiais militares”, citou a testemunha.

O despreparo dos GCMs no trato com a população é evidente, onde eles exercem só por estarem armados, serem os carrascos de pessoas que não obedecem suas ordens. Até quando a população terá que conviver com a arrogância de GCMs? – até eles cometerem outros delitos graves?

Isso é inadmissível.