Desemprego no ABC cai pelo 3º mês consecutivo

Região registrou geração de 23 mil postos de trabalho em outubro, crescimento superior ao aumento da força de trabalho nas sete cidades

A taxa de desemprego no ABC registrou recuo pelo terceiro mês consecutivo, passando de 16,0% em setembro para 15,5% em outubro, estimulada pelo aumento da ocupação nas sete cidades. Os números são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal.

O desempenho positivo no mês passado foi motivado pelo crescimento de 1,9% do nível de ocupação, com geração de 23 mil postos de trabalho, superando o aumento da População Economicamente Ativa (PEA), que teve alta de 1,3%, graças ao ingresso de 19 mil pessoas na força de trabalho da região.

Com o recuo da taxa, o desemprego no ABC registra uma tendência de queda desde maio, quando atingiu 17,1%, ressaltou César Andaku, economista do Dieese. “O resultado em outubro foi positivo, principalmente por ter ocorrido graças a uma alta no nível de ocupação, que se aproximou do patamar no mesmo período do ano passado. Em meses anteriores, a redução da PEA tinha sido o fator determinante”, afirmou, durante a apresentação da pesquisa.

O total de desempregados foi estimado em 222 mil pessoas, uma redução de 4 mil ante o mês anterior. Na análise por setores, o Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas registrou expansão de 7,4%, com geração de 15 mil postos de trabalho, e os Serviços avançou 2,1%, com 14 mil novas vagas. Por outro lado, a Indústria de Transformação recuou 4,3%, devido à eliminação de 11 mil postos de trabalho, com destaque para a queda de 7,4% do segmento de metal-mecânica, que perdeu 9 mil vagas.

“A indústria metal-mecânica tem apresentado uma queda substancial desde julho na região, com perda de cerca de 30 mil vagas em quatro meses. A dúvida é se o segmento poderia voltar aos níveis anteriores quando a crise passar. Nesse momento, isso parece improvável”, disse Andaku.

Em outubro, o número de assalariados aumentou 0,6%. No setor privado, o contingente de empregados com carteira de trabalho assinada ficou próximo da estabilidade, com variação positiva de 0,2%, e o dos sem carteira recuou 1,1%.

No setor público, o número de assalariados aumentou em 4,9 %. O total de autônomos avançou 6,5% – com alta tanto dos que trabalham para o público (6,4%) como daqueles que trabalham para empresa (8,1%).

Entre agosto e setembro de 2016, os rendimentos médios reais dos ocupados caíram 4,0%, para R$ 2.053, e os dos assalariados tiveram queda de 2,1%, para R$ 2.134, retornando ao patamar registrado nos primeiros meses deste ano, apontou o economista do Dieese. Também diminuíram as massas de rendimentos dos ocupados (-5,1%) e dos assalariados (-4,6%), em ambos os casos, como decorrência da retração dos rendimentos médios reais e, em menor proporção, do nível de ocupação.