Em recuo nos últimos três meses, a taxa de desemprego entre a população do ABC subiu de 15,5% (outubro) para 16,0% no último mês. Os números são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) referente ao mês de novembro deste ano, realizada pela Fundação Seade (Sistema Esta-dual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgada na quarta-feira (21), na sede da entidade regional.
Estimado em 227 mil pessoas, o contingente de desempregados aumentou em 5 mil pessoas na comparação entre outubro e novembro. O resultado é decorrente da redução do nível de ocupação que teve eliminação de 18 mil postos de trabalho (-1,5%). O número é superior a queda da População Economicamente Ativa (PEA) que registra a saída de 13 mil pessoas da força de trabalho da região (-0,9%).
“O mês de novembro não representa uma tendência típica, porém essa é a maior taxa de desemprego desde 2004 que apresentou 17,8%. Pela primeira vez desde julho, o nível de ocupação caiu mais do que a PEA”, explica o economista do Dieese, César Andaku.
O total de ocupados foi prejudicado pela redução no setor de Serviços, com eliminação de 16 mil postos de trabalho (-2,4%) e parcialmente compensado pela variação positiva no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas, com geração de 2 mil postos (0,9%), e na Indústria de Transformação que gerou mil postos (0,4%). “Apesar do número positivo no setor, em dois anos são 70 mil ocupados a menos na metal-mecânica, segmento que corresponde a quase metade da indústria de transformação”, aponta Andaku. Segundo o economista, o cenário torna-se ainda mais preocupante devido a ser este o segmento com melhores salários e empregos mais estruturados, o que acaba impactando nos outros setores também.
O número de assalariados decresceu 1,8%. No setor privado, reduziram-se os contingentes de empregados com e sem carteira de trabalho assinada (-2,8% e -3,4%, respectivamente). Já no setor público, houve aumento de assalariados em 12,8%. O total de autônomos teve aumento em 1%.
Entre o rendimento médio dos ocupados, houve variação negativa (-0,4%) e crescimentos para os assalariados (1,0%), que passaram a equivaler a R$ 2.052 e R$ 2.164, respectivamente.