O convívio entre peludos e humanos já é comprovado como benéfico para ambos. Porém, quando não existem regras e limites bem estabelecidos, o convívio pode não ser tão harmonioso, podendo resultar em cães com comportamentos agressivos. O ambiente em que o animal vive, a raça e a genética também podem influenciar no desenvolvimento desse tipo de comportamento.
Antes de afirmarmos que a agressividade do cão é um problema de origem comportamental, ele deve fazer visitas periódicas ao veterinário. Alguns pets podem ter mudanças no comportamento por apresentarem problemas físicos, neurológicos, por sentirem dor ou algum incômodo.
Se o cão estiver saudável, podemos começar a investigar qual a causa da agressividade, que pode ser: por dominância, posse, medo ou por transferência.
A agressividade por dominância se dá geralmente quando o cão acha que ocupa uma posição superior na hierarquia em relação aos outros moradores da casa, não gostando de ser contrariado. Ele poderá rosnar ou ameaçar morder quando alguém tentar tirá-lo do sofá, ou tirar algum objeto de sua boca, ou tentar fazer algo que ele não goste, como escovar os pelos, por exemplo.
A agressividade por posse leva esta classificação quando o cão fica agressivo tentando proteger um recurso, quando se apodera de algo (comida, brinquedo) ou quando sobe ou entra em determinado lugar, como uma casinha por exemplo.
Engana-se quem acha que cães agressivos são corajosos. Muitos demonstram este comportamento por terem medo. Geralmente são cães que sofreram algum trauma ou não tiveram uma sociabilização adequada com pessoas, animais, objetos, barulhos etc. A maioria dos casos sérios que envolvem um ataque de cachorro é causada por agressividade por medo.
A agressividade por transferência ocorre quando o cão não consegue atingir o que desencadeia este comportamento, e acaba atacando o que tem por perto. Uma situação bem comum é quando um gato passa na frente do portão da casa do cão agressivo (no caso, que não foi sociabilizado com felinos) e acaba agredindo o que tem por perto, seja outro cão ou a perna do próprio tutor.
Determinar regras e limites pode evitar e reduzir comportamentos agressivos. Podemos fazer isso ensinando comandos, pois estimulam a obediência e trabalham a liderança dos tutores com o pet.
Nunca devemos impor liderança através de violência, acorrentando ou entrando em disputas físicas com o cão, pois dessa forma ele aprenderá a agir agressivamente para conseguir o que quer, estimulando ainda mais este comportamento.
Além disso, é importante o pet fazer atividades físicas regulares e, no caso de machos, o dono deve levar em consideração a castração, que diminui os níveis de testosterona, podendo reduzir também a agressividade.
Cães agressivos podem causar acidentes graves, lesões físicas e também traumatizar a pessoa que sofrer o ataque. Consulte um especialista em comportamento animal para auxiliá-lo no treinamento do pet.
Tatiane Abe, adestradora franqueada da Cão Cidadão